Meus caros, todo ano é a mesma coisa: comprometo-me a ver o Oscar até o final, mas, eles não conseguem fazer nada de realmente novo, e eu durmo na metade. Benza Deus pela net na manhã seguinte. Os prêmios para Meryl Streep e para O Artista eram bolas cantadas, não surpreenderam ninguém. Lógico que eu torci por Carlinhos Brown, e me frustrei. Mais uma vez aquele gosto de copa de 1950, ou de 1998, a que preferirem. Já vimos este filme antes, com O Quatrilho, e com Fernanda Montenegro em Central do Brasil. As pulgas que moram detrás de minha orelha direita ficam sempre indignadas, e reclamam de preconceito, que a Academia não gosta de nós, e por ai vai. Mas a própria Fernanda Montenegro, há alguns anos, foi clara ou dizer que aqueles que votam, escolhem os que lhes são mais próximos, como a lourinha Gwyneth Paltrow, que venceu naquele ano. Sábio foi Carlinhos Brown, ao afirmar, seguidamente, que estar lá já era uma vitória. De fato, o é.
Gostei especialmente da grande dama Meryl Streep, que está maravilhosa no filme A Dama de Ferro. Ela parece ser capaz de assumir o DNA da personagem, e causa arrepios quando fala e anda como Thatcher. Já o fizera antes, nos inesquecíveis A Escolha de Sofia, e A Mulher do Tenente Francês.
O Artista mostrou que Hollywood ainda sabe fazer filmes mudos, e em preto e branco. A bem da verdade, não é tanta novidade. Lembrou-me muito o musical Sunset Boulevard, no qual Norma Desmond cantava as maravilhas de seu passado, mas estava mesmo era completamente louca. Me pareceu coisa muito destinada à própria academia, como, aliás, tudo o é naquela seara, lá está a grande Fernanda a nos mostrar isso.
Enfim, caríssimos, e o tantas vezes infame Billy Crystal o disse com todas as letras, é uma festa em que milionários entregam prêmios para milionários, e a vida parece linda, resumida àquela ilusão toda. Como lindamente cantou Cazuza, “ficamos na porta estacionando os carros”. E sempre há o ano que vem. Abraços do Cavalcanti.
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