Pensei que era só mais uma brincadeira da diretoria do São Paulo lançando outro foguete às vésperas das eleições presidenciais marcadas para a próxima semana. Antes, já tinham falado em trazer de volta Kaká e Lugano.
Mas, parece que, desta vez, é sério mesmo: o clube do Morumbi admite incluir Casemiro, a jovem revelação de 19 anos, nas negociações para contratar Diego Fórlan, de 31, do Atlético de Madri, que foi eleito o melhor jogador da última Copa do Mundo.
Faz sentido trocar o futuro de Casemiro, um volante excepcional revelado no CT de Cotia, pelo passado de goleador do atacante uruguaio, que, no momento, por problemas disciplinares, está no banco de reservas do time espanhol?
Em se tratando de São Paulo, pelo seu histórico na contratação de veteranos e dificuldade para promover os jovens das equipes de base, é bem possível que isto venha a acontecer. Ainda bem que não pensaram em incluir no negócio o craque Lucas, de 18 anos, uma das grandes esperanças do futebol brasileiro.
De tanto brigar com seu homólogo Andres Sanchez, que transformou o velho Corinthians num grande projeto de marketing, parece que o presidente Juvenal Juvêncio, candidato à re-reeleição, gostou da brincadeira.
Impossível não é: a multa pela liberação do passe de Diego Forlán está estipulada em R$ 82,5 milhões, enquanto a de Casemiro é de R$ 68 milhões. O grande problema é o salário: o atacante uruguaio ganha R$ 850 mil por mês, no mínimo umas dez vezes mais do que o volante tricolor.
Tem também um lado sentimental na história: Diego é filho de Pablo Fórlan, lateral direito que foi ídolo da torcida do São Paulo nos anos 70, sempre lembrado pela garra e amor à camisa que mostrava em campo. O pai acha o negócio possível e está torcendo por isso. No São Paulo, o jogador ficaria mais perto da família, que mora em Montevidéu.
Por mim, também torço para que Diego Fórlan venha para jogar no meu time, mas sem abrir mão de Casemiro. Em vez de um sub-20, por que a diretoria não inclui na negociação os sub-40 do Juvêncio – Rivaldo, Rodrigo Souto e Cléber Santana, por exemplo? Assim, o São Paulo resolveria vários problemas numa tacada só
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