Havia dois anos, meu pai, de 92, vagava de médico em médico, de hospital em hospital. Dia sim, dia não, quando não estava internado, aparecia na escada de casa, com cara triste, pedindo: “Me leva pro hospital”.

Até que um dia resolvi consultar um médico que atende na minha rua. Mais precisamente, no meu quarteirão. Minha mãe, falecida há dois anos, já tinha falado nele. Era um grande amigo do Samuel Klein. Assim como Klein, meus pais tinham começado a vida no Brasil vendendo roupa na rua. “Klapn” era o nome que eles davam ao ofício, em ídiche. “Bater palmas”, em português. Isso porque a maioria das casas da periferia não tinha campainha. Batia-se palmas para ser atendido.

Depois, minha mulher, Doris Giesse, chamou minha atenção. Os taxistas do ponto em frente ao consultório contavam quem desembarcava ali. Paulo Maluf, Hebe Camargo, Orestes Quércia, coroas bem conservados. “Por que você não leva seu pai lá?” Levei. Duas horas depois da primeira conversa, o dr. Efrain Olszewer sabia tudo o que havia de errado em seu organismo, apontou os órgãos doentes e explicou o que ia fazer para recuperá-los. “A carcaça está boa”, brincou. Perguntou se ele chorava. Examinou.

Miniaturas de motos decoram o consultório. Ele ganha dos pacientes, não que goste de miniaturas, sua paixão é a Harley-Davidson vermelha, de verdade, na qual – “quando minha filha deixa” – passeia com a mulher, Mélanie, na garupa. A trilha sonora: alguma dupla sertaneja.

O sotaque denuncia a origem latino-americana. Efrain, no entanto, é cidadão de Israel, ainda pequeno os pais – uma russa e um israelense – o levaram à Bolívia, onde cresceu, se formou médico e, em 1981, mudou-se, já casado, para o Brasil.

A sua juventude foi inusitada. Aos 15 anos, tornou-se presidente do Clube Macabi, de La Paz. Aos 17, iniciou carreira de jogador de futebol profissional. Com o primeiro salário comprou a sua primeira e sonhada moto.

Mas os pais queriam que ele fosse médico. Bom filho que era, obedeceu. Abandonou o futebol, cursou Medicina.

Acompanhado por minha mulher, fui à casa dele, um belo apartamento no bairro do Pacaembu, para entrevistá-lo. Topamos com sua mulher no portão. De saída, ela brincou: “O velho está lá em cima”.

Efrain nos recebeu em uma ampla sala, com vista para a colina do Pacaembu, em meio à coleção de porcelana chinesa da mulher.

Alex Solnik – Diz a Bíblia que Abraão viveu 175 anos. O corpo humano está preparado para viver tanto tempo?
Efrain Olszewer –
Teoricamente, estamos preparados para viver mais ou menos 150 anos. É um cálculo utópico, medicina não é uma ciência exata, é uma ciência biológica. E isso é feito a partir do cálculo de quantas células você tem no cérebro. Nascemos com aproximadamente 100 trilhões de neurônios, mas só atingem sua maturidade 12 bilhões em torno dos 30 anos de vida. A partir daí, perdemos em média 10 mil a 100 mil células todos os dias. Com base nesse cálculo, dá pra viver 150 anos. Só que não se conseguiu ainda, porque outras partes do organismo, por fatores externos, acabam sendo agredidas e o processo termina.

Doris Giesse – Quando a homeopatia surgiu, foi atacada violentamente pela medicina convencional. Aconteceu a mesma coisa com a medicina ortomolecular?
E.O. –
A homeopatia tem um grande defeito: seus remédios são muito baratos. E isso é um grande problema na indústria. No dia 31 de dezembro, você tem de repartir os dividendos com todos os acionistas e a homeopatia, infelizmente, trata de muitos problemas crônicos que a medicina convencional nada consegue fazer, como quadro de renite alérgica e bronquite. Eles são bem-sucedidos, mas um problema. Imagina que, com três pilulinhas que não custam nada, você vai controlar o processo de bronquite asmática! E o que se vai fazer com todas as bombinhas e todas essas coisas que custam evidentemente trinta vezes mais? Existem muitos problemas políticos na medicina. Não vamos ver a medicina só como ciência. Ela deixou de ser ciência há muito tempo. Ela é ciência porque tentamos fazê-la como ciência. Mas, sem dúvida, há uma forte ingerência da política dentro da medicina, como existe em todas as áreas. E, evidentemente, a ortomolecular não poderia ficar de fora. Mas quero completar sobre a homeopatia. A homeopatia hoje é uma especialidade médica no Brasil. Tenho a impressão de que o Brasil é o único país do mundo onde ela é especialidade médica.

A.S. – É mesmo?
E.O. –
Sim. Acontece que ninguém lida com a homeopatia. Você já viu algum congresso médico em que um tema em discussão seja a homeopatia? Não lhe dão importância. Então, é mais fácil negar um fato que se dedicar a estudar e ver o que acontece. Para quê? Vai que dá certo, vamos ter de estudar aquele negócio. A ortomolecular é a mesma coisa. Só que muita gente vê a ortomolecular como aquela matéria que sai na Contigo, na Caras, nas revistas femininas, parece ser uma medicina dedicada à eterna juventude. Essa é a imagem. Você vê que eu dificilmente dou entrevista na televisão, dificilmente dou entrevista. Você vê, porque você esteve lá, a quantidade de bombas atômicas que eu vejo por dia no meu consultório. Dificilmente é tratamento de rejuvenescimento. Oitenta por cento são patologias. O problema é esse critério que nasceu na imprensa leiga, que a ortomolecular deixa a pessoa mais jovem, ela vai viver eternamente, nunca vai ter doença, isso criou um estigma, nasceu a ideia de que mineralograma no cabelo se faz em todo mundo, para ver o que falta e o que sobra… Eu fiz no teu pai mineralograma de cabelo? Cortei o cabelo dele?

A.S. – Não sei.
E.O. –
Claro que não. Eu só faço mineralograma no cabelo dos pacientes que epidemiologicamente têm risco: mineiros, metalúrgicos, quem trabalha em áreas onde existe intoxicação por metais pesados. Exame de cabelo só serve para identificar os pacientes com intoxicação crônica por metais pesados, aprovado pela Organização Mundial de Saúde desde 1972. Mas muita gente vê uma aura em torno do exame de cabelo e pede exame de cabelo e fala: “Falta selênio”, etc. Tudo isso é bobagem. Isso ocorre quando você quer utilizar mal uma coisa ou simplesmente com fins comerciais.

D.G. – Eu achava correlato o exame do cabelo e o exame da íris… Não tem nada a ver, não é?
E.O. –
Eu não manjo nada de iridologia, tive algum tipo de contato, por curiosidade, mas não manjo nada. O exame de cabelo é um exame altamente limitado, mas é um exame funcional. O que quer dizer funcional? Ele não faz o diagnóstico, mas se o cara tem intoxicação por alumínio você pode até completar o diagnóstico, induzindo a eliminação do alumínio na urina e medindo na urina. Se na urina aparece alto, é fato consumado e você vai ter de retirar esse alumínio. Porque o alumínio se deposita predominantemente no cérebro. E há vários trabalhos mostrando que excesso de alumínio no cérebro aumenta a morte das células neuronais. Muita gente fala: “Todo mundo come em panela de alumínio, então estamos todos intoxicados”. Não. Panela de alumínio não é fonte de alumínio. Depende da origem do alumínio. A fonte mais importante do alumínio para se contaminar é o perfume. Porque o perfume contém alumínio, para que você não sue.

A.S. – Qual perfume?
E.O. –
Quase todos. Porque, se não tiver alumínio, você sua.

D.G. – Desodorante também?
E.O. –
Claro. Aqueles que se dizem antiperspirantes contêm alumínio. Porque o alumínio bloqueia as glândulas sudoríparas, você não sua, não mistura água com perfume e ele demora mais tempo para desaparecer.

A.S. – E você usa desodorante?
E.O. –
Claro que uso. Por que eu uso? Porque 94% a 95% das pessoas têm um sistema natural para excretar esse alumínio. E só 6% não têm. Você não precisa fazer exame em todo mundo. Entendeu a diferença?

A.S. – Às vezes me pergunto como foi criada uma coisa tão complexa como o organismo humano.
E.O. –
O organismo é uma máquina perfeita, com os seus erros, mas é uma máquina perfeita. Se compararmos o organismo com um carro, mais ou menos funciona igual. O que você faz para que um carro funcione? Para em um posto de gasolina, enche o tanque; quando você está enchendo o tanque, é como nós fazemos, estamos comendo, estamos ingerindo matéria-prima que vai gerar energia e os nutrientes necessários para que as rodas girem e nós possamos funcionar como seres humanos. Quando existe uma interação nobre entre aquilo que você coloca no teu corpo e gera o que teu corpo precisa, teu corpo anda no conceito de saúde. Existe equilíbrio. Esse equilíbrio cientificamente é chamado de fisiologia. Dar os nutrientes é a bioquímica. São os elementos necessários para fazer a combustão e criar energia para fazer o organismo funcionar. Quando aquilo que você dá para o organismo não é exatamente aquilo que o organismo precisa ou se você exagera naquilo que você dá ou você não mantém uma limpeza adequada dos elementos dentro do organismo, o organismo sai de uma fisiologia e vai para uma patologia, ou seja, uma doença. A medicina trata a doença, temos de tratar o doente. Quando você trata o doente, você tem de restabelecer a fisiologia, administrando a bioquímica necessária para que o organismo possa funcionar em equilíbrio. Não basta, por exemplo, dar ao paciente com azia ou com gastrite um antiácido. Ele apenas bloqueia a produção de ácido. Se a pessoa está na fase eufórica da bipolaridade, tem um quadro de stress elevadíssimo, um quadro elevado de angústia e ansiedade, este é o fator que automaticamente vai gerar uma grande quantidade de ácido dentro do estômago e vai piorar a gastrite. Esse paciente vai passar a vida toda tomando antiácido, remédio para gastrite. Quando, na verdade, você tem de consertar os fatores que estão levando o paciente a ter azia. Quando você dá omeprazol, anzoprazol, está simplesmente bloqueando a azia. O problema real está muito mais longe, se você não resolve, a azia vai continuar. Isso é o que interessa à indústria farmacêutica, aqui entre nós. Que o paciente seja um portador de sintomas o resto da vida. Porque quando um paciente não tem sintomas, ele não consome remédio. O conceito de prevenção e profilaxia é um conceito antigo, mas só hoje, com acesso à internet, a rapidez da informação, o pessoal que tem um nível socioeconômico intelectual aprimorado começou a ver como é interessante fazer uma profilaxia, você restabelecer a tua bioquímica para restabelecer a sua fisiologia.

D.G. – O que faz bem para saúde? Linhaça faz bem?
E.O. –
Linhaça virou moda. Eu parto do seguinte princípio: a vida é só uma e tem de ser curtida na sua máxima expressão e isso inclui comida e todos os outros prazeres. Você não precisa morrer com excesso de saúde. Como morrer é obrigatório, não é opcional – você não pode escolher se vai morrer ou não -, por que não curtir a vida? Não adianta ser oito ou oitenta, o ideal é ser 44. Olha: o cavalo corre, corre, vai na hípica, no jóquei, ganha prêmio, etc. – morre com 20 anos. A tartaruga não faz nada na vida. Ao menor sinal de stress enfia a cabecinha lá dentro. E vive 120 anos. Eu não gostaria de viver como uma tartaruga, nem tampouco como um cavalo. O que tem de imperar é o bom-senso. Você tem um dia uma vontade de comer um McDonald’s, coma um McDonald’s. Por que não? Não coma um McDonald’s todos os dias. Quer ir a um rodízio? Vai. Tem vontade de comer alface com linhaça? Come. Tem de seguir o bom-senso. Senão, morre por excesso de preocupação com a comida. É como o excesso de preocupação com a atividade física. Jim Fixx foi quem criou a ideia do cooper. Todo mundo acha que foi o Kenneth Cooper, o cara que tem a Clínica Cooper nos Estados Unidos. Não. Quem criou foi Jim Fixx. Jim Fixx morreu com 50 anos. Correndo. Ele tinha um componente hereditário chamado lipoproteína, foi descoberto depois. Ele enfartou correndo, porque não sabia disso. Hoje, todo mundo está usando hormônio do crescimento adoidado. Mas corre o risco. Cresce o bom e cresce o ruim. Agora, o que tem de problema na ortomolecular – eu trouxe a ortomolecular ao Brasil em 1983 -, é que tem muito paraquedista, muitos que eram malsucedidos na profissão…

A.S. – Você foi o primeiro médico ortomolecular do Brasil?
E.O. –
Eu trouxe, 20 de abril de 1983.

<>A.S. – Como você descobriu?
E.O – Eu não descobri. Acontece que eu trabalhava com um colega em São Paulo, o Tufik Mattar. E uma paciente dele trouxe um recorte de jornal, ela tinha vindo dos Estados Unidos morar no Brasil. Eu nunca tinha ouvido falar sobre isso e aí criou-se a curiosidade. Li o material, comecei a fuçar, vi que tinha sentido, dei uma passada nos Estados Unidos. O pessoal que manejava isso nos Estados Unidos era bastante precário e primitivo, mas me proporcionaram bastante material e, a partir daí, fui desenvolvendo o conceito. Hoje, tenho 50 livros escritos, publico uma revista trimestral só para a área médica, tenho um curso de pós-graduação, organizo congressos…

A.S. – Como foi o teu começo?
E.O. –
A resistência foi enorme. Muito enorme. Continua sendo. Não existe um consenso.

A.S. – Como você conseguiu pacientes?
E.O. –
Acho que foi com os resultados. Eu me lembro de que, quando comecei minha vida dentro da ortomolecular, pegava casos muito graves. Hoje, tenho pacientes que vêm de todos os lados do Brasil e de fora do Brasil.

A.S. – Dá para contar um caso grave que você curou?
E.O. –
Meu primeiro caso foi um pastor, em 1983, que tinha sofrido um acidente vascular cerebral, um derrame, havia umas três ou quatro semanas. Tinha limitações no braço, na perna e para falar. A gente fez um tratamento ortomolecular, três ou quatro semanas depois o paciente estava restabelecido na sua íntegra. Muita gente vai falar “Ah, não!”, mas de derrame a natureza se encarrega e o paciente pode melhorar. Posso até concordar. Mas depende do tempo e da velocidade que você leva para se recuperar, fazendo tratamento e esperando para ver se a natureza vai recompor. Eu tenho uma história muito interessante, é uma pessoa que não conheço, mas um paciente que estava indo para o hospital, onde ia fazer amputação da perna, entrou no meu consultório pelas mãos de um taxista que falou para ele: “Antes vamos ouvir uma segunda opinião”…

D.G. – Aliás, esse taxista é seu grande assessor de imprensa informal.
E.O. –
Não me lembro agora de todos os detalhes, mas a gente salvou essa perna. E como salvamos essa perna, perdemos muitas outras. A gente não é bem-sucedido em 100% dos casos. Não se esqueçam de que eu recebo casos que já passaram por uma multidão de médicos e eu sou a última esperança branca. Quando comecei a fazer a ortomolecular, chegou uma fase da minha vida, isso há 20 anos, em que eu chegava a atender mais de cem pacientes por dia.

D.G. – As células-tronco podem fazer os milagres que se preconiza por aí?
E.O. –
A célula-tronco é uma das grandes expectativas da medicina. No meu ponto de vista, não sei se vai acabar acontecendo realmente. A medicina lamentavelmente tem grande dependência da indústria farmacêutica. Uma dependência total e absoluta. E a indústria farmacêutica gosta de produzir produtos que sejam de consumo de massa. E quanto mais você induz, por meio de trabalhos científicos, para que o produto seja consumido, os pacientes terminam até consumindo sem a necessidade da indicação do médico. E a célula-tronco por enquanto é uma coisa individualizada. Os resultados ainda são muitos discutidos. Abriu-se um grande leque em torno disso… Existe uma grande perspectiva de pacientes com Parkinson, que amanhã vão deixar de ter Parkinson. Eu acho que por enquanto é uma ilusão que vale a pena curtir como um sonho em longo prazo, mas muito pouco realizável na prática.

D.G. – A aplicação prática disso vai demorar muito?
E.O. –
Só se a indústria farmacêutica conseguir encontrar um jeito de criar células-tronco em grande escala para serem utilizadas por todo mundo. Caso contrário, vai demorar muito ainda, vai depender de investimentos isolados.

A.S. – Os mesmos exames a ue você submete os pacientes na sua clínica, você também aplica em você? Você é o seu médico?
E.O. –
A verdade é que o médico é o pior paciente que existe, lamentavelmente por causa do conhecimento que ele tem, ele não procura a sua própria sarna para se coçar. Mas, evidentemente, eu, como o resto da família, pelo menos uma vez por ano, fazemos uma avaliação para ver quais são os parâmetros que temos de corrigir. O ritmo de vida que se leva em São Paulo te faz um paciente de altíssimo risco para adoecer. São Paulo é a melhor cidade do mundo para desenvolver doenças. Temos poluição ambiental, sonora, stress, alto índice de assaltos, as diferenças sociais, somos ricos em restaurantes, mas também somos ricos em alimentos que são altamente nocivos para o organismo.

A.S. – E como estão seus exames, você está equilibrado?
E.O. –
Gostaria de jurar que sei exatamente como estou, mas, normalmente, quando você faz uma autoavaliação, ela está sujeita às próprias limitações impostas pela tua própria análise. Eu normalmente me autoconsulto, não tenho um médico de cabeceira. E sou também o médico de cabeceira do resto da família. Diz a ciência que está errado, porque os sentimentos podem influenciar na tua conduta, minimizando alguns sintomas ou maximizando outros, mas a família se acostumou ao esquema e sou responsável pela saúde da família. Eu sou um cara que chega na clínica às 8 da manhã e sai às 8 da noite. Qual é o tempo que eu tenho para atividade física? Quando chego em casa, preciso preparar as aulas…

A.S. – Pelo que vejo, você não almoça.
E.O. –
Normalmente, tomo um café da manhã bom e depois durante o dia como uma fruta, me hidrato e depois vou jantar em casa. Quando estou numa boa fase, janto saudavelmente, quando estou numa fase ruim…

A.S. – Quando você escreve a receita para o paciente, parece estar num ato mediúnico, o que você pensa dessas coisas místicas?
D.G. – Eu vi na sala o hexagrama do I-Ching…
E.O. –
Foram colocados pela minha mulher. Não manjo do assunto, mas se há quem ache que isso pode ter alguma influência positiva, por que ser contra? A medicina virou hoje uma ciência predominantemente racional. Acho que não pode se deixar de lado a parte emocional. Uma das coisas que caracteriza a ortomolecular é que você tenta, de alguma maneira, restabelecer as conexões que existem dentro do organismo. Quando você confecciona uma fórmula, você está endereçando-a a alguma situação anômala que na tua opinião existe dentro do organismo. É diferente de quando você dá um produto pronto, já definido, porque aí você está tratando os sintomas do paciente. Não existe nenhuma influência mediúnica; é ciência pura. Dizem os espíritas, aqueles que são eventualmente meus pacientes, que quando eles me olham eu incorporo alguém, mas eu não tenho essa sensação.

A.S. – Então não sou só eu. Na sua opinião, o viagra é um remédio?
E.O. –
Bom, a verdade é que ele é um remédio, cuja função é garantir a ereção no homem. Mas veja como é irônica a coisa. Ele foi criado para tratar os pacientes que têm impotência sexual, mas, hoje em dia, o maior consumidor de viagra é o sujeito com menos de 45 anos. É o jovem turbinador.

A.S. – Então não é remédio. Não cura nada. Porque tem que sempre tomá-lo para obter o efeito.
E.O. –
Noventa e poucos por cento das doenças não têm cura! Uma vez que você diagnostica, vai empurrando com remédio pelo resto da vida. Como podemos falar em cura?

A.S. – Há mais doenças incuráveis que curáveis?
E.O. –
Eu diria que há mais doenças tratáveis que curáveis. Bem mais.

O PAI DA CRIANÇA
A medicina ortomolecular foi criada em 1968 pelo norte-americano, Linus Pauling (1901-1994). Ele criou esse ramo da medicina sem nunca ter sido médico, talvez por isso seja até hoje um assunto polêmico. Em compensação, ganhou dois prêmios Nobel – o de Química e o da Paz.
Nunca deixou de ser militante pela paz. Um episódio exemplar é o de 1962. No mesmo dia, ele tinha dois compromissos em Washington. À tarde, passeata de protesto contra o governo, em frente à Casa Branca; à noite, um jantar com o presidente John Kennedy e sua mulher, Jaqueline, em celebração à conquista do Nobel, dentro da Casa Branca.
Qualquer um ficaria na dúvida entre uma atividade ou outra. Pauling, não: à tarde desfilou com um cartaz de protesto contra o governo e à noite sentou-se à mesa com o chefe do governo norte-americano.
É considerado o Lavoisier do século XX. Foi o primeiro a falar em vitaminas, ainda nos anos 1930, coisa que hoje parece banal.
Em meados de 1960, descobriu que doenças mentais, como esquizofrenia, eram causadas por vários desequilíbrios bioquímicos e genéticos. Ao fundar a psiquiatria ortomolecular (Orthomolecular Psychiatry Science, 1968), Pauling propôs que as anormalidades mentais podem ser tratadas com sucesso com vitaminas e outros nutrientes – alternativas para a aplicação de pesadas drogas sintéticas.


Comentários

4 respostas para “Radical livre”

  1. Avatar de Anne Faria
    Anne Faria

    Rua Campevas 211 tel 36733318

  2. Avatar de Antonio Carlos Macchione
    Antonio Carlos Macchione

    Estive em um médico na Av, Pompéia que me propoz o tratamento ortomolecular para meus inchaços nas pernas; dores nos plsos agudas; dores no corpo; inclusive a base de testosterona. Caso eu abandone meu tratamento médico para o infarte (a 19 anos) e inicie em esse tratamento gostaria de saber sua opinião sobre uma vez que confiaria em sua palavra. Não sei se aconteceu alguma coisa no tempo de minha mãe Therezinha ou comigo por não devolver minhas perguntas ou dúvidas, mas gostaria de saber muito sobre s resulta ou não esse tratamento nesse nível. Não tenho dinheiro parta pagá-lo a consuta R$900,00 nem os exames a R$2500,00 fora o tratamento. Entenda que apenas gostaria de saber sua opinião. Grato por tudo.

  3. Avatar de nilo hermes
    nilo hermes

    gostaria do endereços do dr. efrain e telefone para marcar uma consulta.
    aguardo

    1. Alguém tem o contato do Dr. Efrain?

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