Em campanha à presidência do Senado contra o favorito Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Ranfolfe Rodrigues (PSOL-AP) comparou sua candidatura à apresentada em 1973 pelo então deputado Ulysses Guimarães (1916-1992). Em pleno regime militar, o líder oposicionista lançou uma anticandidatura ao Palácio do Planalto como forma de desafiar a ditadura. “A candidatura de Ulysses naquele momento cumpriu o papel de acumular forças. Não derrubou a ditadura, mas denunciou”, afirmou o senador nesta terça-feira, em visita à redação da Brasileiros. “Como Ulysses, cumpro o meu papel.”
Candidato da ampla base governista, Renan não tinha adversários até a semana passada, quando Randolfe anunciou sua entrada na disputa. “Se nós não tivéssemos nos apresentado, o debate sobre a presidência do Senado estaria sendo combinado dentro do tapete azul e da concha côncava. Não estaria na sociedade”, diz Randolfe. “Sei que as possibilidades são pequenas, mas estou fazendo campanha para ganhar.”
As eleições estão marcadas para o dia 1º de fevereiro. Por tradição, o maior partido – atualmente o PMDB – indica o presidente do Senado. Integrantes da base governista, os peemedebistas indicaram Renan, que já comandou o Senado entre 2005 e 2007, quando renunciou após denúncias de corrupção. Randolfe, por sua vez, tenta conquistar votos entre os parlamentares independentes e os da oposição (PMDB, DEM e PSOL).
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