Dom Salvador faz parte de uma grande safra de músicos brasileiros que, durante a década de 1970, emigraram para os Estados Unidos. Como ele, Marcos Valle, Eumir Deodato e Sergio Mendes também foram viver em terras americanas e não voltaram mais. Todos eles tornaram-se referências musicais no exterior, mas no Brasil seus nomes ainda parecem distantes do grande público. Apresentações em solo nacional, no entanto, têm mostrado que uma parte da audiência já redescobriu esses nomes e os cultua como grandes difusores da Música Popular Brasileira. O show do pianista Dom Salvador, que acontece hoje à noite no SESC Pompeia, em São Paulo, é uma amostra disso.
Salvador da Silva Filho, o Dom Salvador, despontou no cenário musical, definitivamente, no lendário Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro. Lá, ele esteve à frente dos grupos de samba-jazz, Copa Trio e Rio 65 Trio, presenciou a estreia de Elis Regina e alçou voo solo. Em 1971, gravou um disco mítico, mas, como ele próprio, um tanto quanto desconhecido. Som, Sangue e Raça, ao lado da banda Abolição, que tinha mais de nove integrantes, é considerado, por alguns, o primeiro disco brasileiro a ser gravado apenas por músicos negros. O som é único, com faixas que mesclam jazz, samba, baião e outros ritmos.
No show de hoje, que faz parte do Nublu Jazz Festival, Dom Salvador estará acompanhado, mais uma vez, pela banda Abolição. A apresentação é uma oportunidade única de descobrir, ou redescobrir, o som deste pianista que, quando foi para os Estados Unidos, substituiu, mesmo que indiretamente, ninguém menos que Thelonious Monk. Essa, no entanto, é outra história. Você pode conhecê-la na reportagem Som, Dom e Raça, assinada por Marcelo Pinheiro, na edição de novembro de 2011 da Brasileiros.
SERVIÇO
Dom Salvador
10 de fevereiro, às 21h30
SESC Pompeia
Rua Clélia, 93 – São Paulo – SP
11 3871-7700
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