Na sessão do julgamento do processo do mensalão desta quarta-feira, dia 19 – na qual se analisa o envolvimento de integrantes do PT, PMDB, PL (atual PRB), PP e PTB no esquema de compra de votos – o ministro-relator Joaquim Barbosa pediu a condenação dos integrantes do PL, o deputado federal Valdemar Costa Neto, o ex-deputado Bispo Rodrigues e o ex-tesoureiro Jacinto Lamas por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-assessor Antonio Lamas foi absolvido, segundo o relator “por falta de provas”.
Para Barbosa, o PT precisava do apoio político do PL para garantir as votações na Câmara dos Deputados e para ter esse apoio pagou uma “elevada soma de dinheiro” repassada a Valdemar Costa Neto no período de votação da reforma da previdência e da reforma tributária. “Ao contrário de que alega a defesa, houve comprovação de que os pagamentos foram concentrados no período de reformas importantes para o governo”, disse o ministro lembrando que a bancada do PL votou “em uníssono com o PT durante o período de pagamentos”.
Como embasamento da afirmação, citou o depoimento do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) na Comissão parlamentar de Inquérito durante as investigações do caso. Disse o ex-deputado na ocasião: “Por informação do próprio Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT), eu sabia que ele repassava recursos ao Bispo Rodrigues e ao Valdemar. Isso eu sabia das conversas que eu tive com Delúbio”.
O então tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, seria o intermediário nas negociações entre os partidos. “Ele viajava até Belo Horizonte para acertar os pagamentos”, afirmou ao destacar que Lamas recebia o dinheiro das mãos de Simone Vasconcelos, ex-funcionária da agência de Marcos Valério, SMP&B. E Bispo Rodrigues, teria recebido o dinheiro por ser um dos nomes mais influentes do partido e, portanto, capaz de orientar votos dos colegas.
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