A Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, no interior do Estado, vai secar em cinco dias, segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o veículo, as bombas da Sabesp que estavam retirando a reserva técnica – chamada de volume morto – de Atibainha já tiraram quase todos os 78,2 bilhões de litros de água que estavam disponíveis no loca, restando apenas 2,6 bilhões de litros, que não duraria mais do que uma semana.
A represa é uma das cinco que formam o Sistema Cantareira e atende as regiões norte, oeste e central de São Paulo. Segundo a Sabesp, o nível de Atibainha caiu de 79,9% para 6,4% desde o dia 15 de agosto, quando começou a se tirar água do volume morto. Na metade de setembro, a empresa desligou as bombas das Represas Jaguari-Jacareí, em Joanópolis, deixando apenas as de Nazaré Paulista funcionando.
Quando Atibainha secar, restará 35 bilhões de litros de água da Represa Jaguari-Jacareí, as maiores do Cantareira. Na semana passada, o secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, admitiu que, se não chover até novembro, o Cantareira vai secar completamente até o dia 21 do mês.
Nesta sexta-feira (3), moradores de alguns bairros da zona norte registraram o retorno de água em suas casas durante a madrugada, algo que não ocorria há cinco meses.
Pressões
A Sabesp deve entregar, na próxima segunda-feira (6), à Agência Nacional de Águas (ANA) o Plano de Operação do Reservatório do Sistema Cantareira. O plano, que traz a estratégia prevista até o final de abril do ano que vem, foi a condição imposta pela agência para avaliar a autorização do uso da segunda cota do chamado volume morto (água que fica abaixo do nível de captação por gravidade).
O volume de água do Cantareira voltou a cair nesta sexta (3), de 6,6% para 6,4% da capacidade de operação e deve continuar em queda, porque não há previsão de chuvas significativas para os próximos dias na região onde ficam as nascentes que alimentam os reservatórios do sistema.
Desde maio, o abastecimento das 374 cidades atendidas na região metropolitana de São Paulo e em parte do interior paulista é feito com o uso da reserva técnica. Esse recurso entrou em operação em 16 de maio, quando o volume útil tinha baixado para 8,2%.
Naquele período, houve acréscimo de 18,5% na oferta, o equivalente a 182,5 bilhões de litros. A expectativa da Sabesp agora é usar mais 106 milhões de metros cúbicos da segunda cota da reserva técnica. Segundo o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, a primeira cota da reserva técnica do Sistema Cantareira deve se esgotar no dia 21 de novembro.
Em nota publicada em seu site, a ANA informa que, desde o dia 1 de julho, a captação de água para a região metropolitana de São Paulo está fixada em 19,7 metros cúbicos por segundo (m³/s) e que havia uma tentativa de reduzir esse teto para 18,1 m³/s , no último dia 1 e para 17,1 m³/s a partir de 1 de novembro. Como não houve acordo neste sentido com o secretário Mauro Arce, a ANA se retirou do Grupo Técnico de Assessoramento para a Gestão do Sistema Cantareira.
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