Reunião na ONU com chanceler brasileiro tem Honduras na pauta

Uma reunião entre o chanceler brasileiro, Celso Amorim, a chefe da representação brasileira na ONU, embaixadora Maria Luiza Viotti, e a direção da OEA está sendo realizada na sede da ONU, em Nova York. Na pauta, a situação de Honduras, onde o presidente Manuel Zelaya, derrubado do poder pouco mais de dois meses por um golpe militar, está asilado na Embaixada Brasileira, com a família e assessores. É muito provável que seja decidido fazer uma comunicação formal ao Conselho de Segurança da ONU relatando a situação e pedindo a realização de uma reunião extraordinária do Conselho. Uma resolução do Conselho de Segurança, condenando o governo interino de Honduras e exigindo o fim do cerco, poderá aumentar ainda mais o isolamento do governo golpista e obrigar a reabertura de negociações para por fim à crise.
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A situação em Tegucigalpa se agravou desde o momento em que o governo interino descobriu que Zelaya, banido pelos militares, não só tinha regressado ao país, mas estava na embaixada brasileira, onde foi saudado por milhares de seguidores. Tropas do governo reprimiram com violência os manifestantes e cercaram a embaixada, cortando a água, a luz e os telefones, além de tentar impedir o acesso de qualquer pessoa ao prédio. A ação foi fortemente condenada tanto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Nova York para a 64ª Assembleia Geral da ONU, quanto por Celso Amorim, destacando a inviolabilidade das embaixadas de todos os países em todo o mundo.

A reação brasileira, apoiada pelos Estados Unidos, por meio do Departamento de Estado, parece ter surtido algum efeito. A água e a luz foram restabelecidas, embora as linhas telefônicas continuem desligadas. Durante as horas sem fornecimento de energia, a embaixada brasileira usou geradores de emergência, tendo recebido reforço de combustível da embaixada dos EUA. O contato do Itamaraty com a embaixada está sendo feito por celulares de dois diplomatas, que relatam o que acontece no prédio e nas ruas e recebem instruções regularmente.


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