Queridos, não votei na Dilma, mas venho tendo gratas satisfações com ela. Já declarei que gostei da nomeação, atrasadíssima, de Luiz Fux, para o Supremo Tribunal Federal. Várias vozes já se voltaram contra ele, que tem filhos na advocacia, e é amigo de Sergio Bermudes, um dos melhores advogados processualistas do Brasil. Se o critério para a seleção de um ministro para o STF fosse não ter filhos, ou ter uma família sem nenhuma ligação com o universo jurídico, aí então teríamos de esperar uma década até que surgisse alguém. Conheço pilantras que não têm nenhum parente em tribunal algum, e compram e vendem serviços escusos nos tribunais e ministérios de Brasília. O passado de Fux o auxilia, eu o respeito, e estou ansioso pelos primeiros votos dele, um dos quais, sabemos todos, será acerca da constitucionalidade da união homoafetiva, base de nosso casamento, é só esperar para ver.
Pois ontem mesmo, a Secretária Especial dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, que tem status de ministra, entrou firme em nossa campanha, com ações do tipo inserir o socorro contra atos de homofobia no disque 100, que até hoje atendia apenas crianças, mas que atenderá homossexuais, idosos, e deficientes físicos, feridos em seus direitos. Todos, é bom lembrar, estão inseridos no tão combatido PL 122/06, recentemente resgatado por Marta Suplicy, e que terão respaldo de lei específica, tão logo este projeto de lei seja, finalmente, aprovado pelo Congresso. Com a ajuda da vice-presidente do Senado, que já mostrou a que veio, bem como da evidente sinergia entre Dilma e seus ministros, acho que a coisa sai, e sai rápido.
Por último, mas não por menos, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou-se a favor da derrubada da restrição que nós, homossexuais, temos, para doar sangue. Para quem não sabe, em um País onde os bancos de sangue vivem quase secando, os milhares (milhões?) de homossexuais saudáveis que andam por aí, e que até agora eram impedidos de doar sangue apenas por serem considerados grupos de risco, poderão doar. Tenho respeito carinhoso pelos HIV positivos, ou por aqueles que tiveram hepatite, ou outra doença contagiosa, que realmente os impeça de doar, mas é o caso de uma minoria entre homossexuais e heterossexuais. Absurdo, mesmo, fui eu ter de ter mentido certa vez, quando fui doar sangue para ajudar a família de um amigo. Se me declarasse homossexual, meu sangue, bom como o de qualquer pessoa saudável, seria recusado. Menti, e então pude doar 200ml de sangue saudável a quem precisava. Abraços do Cavalcanti.
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