Soube há pouco que o Rio vai ser a sede das Olimpíadas de 2016 – bárbaro, isso significa investimentos grandes numa cidade abandonada pelo poder público há muitos anos. A Copa do Mundo de 2014 já ajudará, mas uma Olimpíada significa mais ainda, e os investimentos conjuntos dos dois eventos vão se converter em benefícios que ficam, como infraestrutura, melhora da imagem internacional, e os problemas críticos daquela cidade maravilhosa terão de ser abordados de frente. O dinheiro que o evento trará em remuneração para a população local, antes e durante os Jogos, já será uma bênção quase divina. Não sou carioca, mas sou petropolitano, nasci logo ali na serra, a uma hora do centro do Rio. Festejo com os cariocas.
Festejo mas lanço desde já uma provocação: será que até lá os gays estarão oficialmente presentes nos jogos? Estima-se que em 2016 os jogos reunirão cerca de 12 mil atletas de todo o mundo. Aceitando-se a estimativa normal, de que 10% da humanidade é formada por homossexuais – fora ou dentro do armário, cerca de 1.200 atletas gays devem vir ao Rio para os Jogos. Em Atenas, cinco anos atrás, dos 10.500 atletas que participaram dos jogos, menos de 10 se declararam gays. Em 2008, nos jogos de Pequim, apenas 6 o fizeram. Amanhã eu volto falando mais sobre o tema – e dando alguns nomes. Afinal, os ideais olímpicos são incompatíveis com a segregação, e obrigam ao respeito pela diversidade sexual.
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