Eu estava em falta com o Rio – há muito tempo não vinha para estes lados, e meus amigos cariocas já estavam ameaçando boicotar o blog. Calma, sem rancores, meninada. Gosto muito dessa terra, sou petropolitano, mas passei bons verões de minha vida aqui. O verão ainda não bateu com força, portanto o calor não judia. O dia de feriado foi bonito, deu praia, o que é fundamental para o humor carioca e, por todo lado, o que se sente é alto astral. A conquista das Olimpíadas, e também a Copa do Mundo, reacenderam a autoestima carioca. Até festa para o cristo redentor teve hoje, não entendi direito o porquê, mas parece que também é aniversário dele, coisa assim. Parabéns a ele, lógico. Por todo lado se ouve discussões em defesa da Barra ou da Zona Portuária para a Vila Olímpica, cariocada animada, gostei de ver. Indaguei de Preta Gil aqui e ali, e só ouvi elogios. Vale o registro para meus posts anteriores.
A parada gay de Duque de Caxias foi proibida. O prefeito José Camilo Zito a proibiu, dizem-me que acatando um lobby evangélico, pois a parada “provoca cenas obscenas”. Se cenas obscenas são dois homens se beijando, a proibição não evitou nada: a garotada mandou ver, e a televisão mostrou tudo – idiota foi o prefeito. A parada, de fato, aconteceu. Lá estava o fundamental: cerca de 50 mil pessoas, entre gays e simpatizantes, e alguma música, proporcionada por bares e alguns carros mais corajosos. A única diferença entre aquela muvuca e uma parada foi o movimento. Todos pularam no mesmo lugar, ao invés de sair em desfile do ponto “a” para o ponto “b”, e a animação foi grande, disseram-me. Boa notícia foi a presença do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que tentou interceder em favor da parada junto ao prefeito, que não estava na cidade e desligou o celular. Fugir é o recurso dos covardes. Sempre foi. Segundo a lista elaborada pela Secretaria da Coordenadoria da Diversidade Sexual da Prefeitura de São Paulo, já são mais de 150 paradas gays no Brasil inteiro. Duque de Caxias não pôde ter. É o território que a comunidade GLBT conquistou. Acho bárbaro. Quem é o prefeito Zito para conter este movimento nacional? Ninguém! Sua proibição foi ridícula, e a bibarada acabou se divertindo de qualquer jeito. Acho que o alto astral é geral, é carioca e nosso, dos gays também. Abraço do Lourenço – ainda, e pelo visto eternamente, solteiro…
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