Um post do colunista Rodrigo Constantino, que abordava o depoimento da jornalista Miriam Leitão sobre as torturas sofridas durante o regime militar, foi retirado do site da Revista Veja, nesta quinta-feira (21).
Miriam relatou, ao jornalista Luiz Cláudio Cunha, que certa vez ficou sozinha, nua, numa sala sem iluminação e acompanhada de uma cobra. Leitão era repórter de uma rádio em Vitória (ES), militante do PC do B, tinha 19 anos e estava grávida do primeiro filho. Leia. A violência com que foi tratada por soldados, comandados pelo coronel Paulo Malhães – o “Dr. Pablo” – incluiu ainda chutes, socos, ameaças de estupro e golpes na cabeça. A jornalista revelou que ainda aguarda um pedido formal de desculpas das Forças Armadas. Seu longo depoimento, divulgado na terça-feira (19) pelo portal “Observatório da Imprensa”, será usado na Comissão Nacional da Verdade.
O colunista do site da Veja afirmou que Míriam deveria reconhecer sua responsabilidade para perseguida: “Miriam tem direito a um pedido de desculpas formal, e não resta a menor dúvida de que houve vários abusos e torturas por parte dos militares, o que é inadmissível. Segundo ela, seu único crime era integrar o PCdoB e fazer proselitismo entre os estudantes, além de ser namorada de outro militante, de quem estava grávida de um mês quando foi presa. Sendo verdade, isso não configura crime algum”, afirma Constantino.
O artigo foi excluído do site da Veja nesta manhã. Pelo Facebook, Rodrigo Constantino explicou que foi procurado por Carlos Graieb, editor do site, para retirar o texto, a fim de não dar margem a outras interpretações.
“Ele apresentou seus argumentos, eu concordei em parte, e achei melhor retirar. (…) Ainda acho que ela deveria fazer um reconhecimento público de que não lutava por democracia e não era uma heroína, mas faço isso em outra ocasião”.
Leia editorial da edição de agosto, assinado por Hélio Campos Mello, diretor de redação, Revista Brasileiros .
Com informações do Portal Imprensa.
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