Rússia pede envio de missão humanitária à Ucrânia

A Rússia convocou nesta terça (5) uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para pedir o envio de uma missão humanitária internacional ao Leste da Ucrânia, onde prosseguem intensos os combates entre as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia.

“Convocamos uma reunião urgente do Conselho de Segurança para abordar a situação humanitária na Ucrânia”, informou o embaixador da Rússia na ONU, Vitali Churkin.

O chefe da diplomacia de Moscou, Serguei Lavrov, anunciou nesta segunda (4) que a Rússia solicitaria oficialmente à ONU, à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), ao Conselho da Europa e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha a organização de uma missão humanitária para o Leste da Ucrânia.

“A parte russa considera necessário mobilizar a comunidade internacional para ajudar sem demora os habitantes das regiões de Donetsk e Lugansk, onde a situação está à beira da catástrofe humanitária, e promover a formação de uma missão humanitária para essa região da Ucrânia”, disse um representante do governo russo.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) reconheceu hoje que, desde o início do conflito no leste, pelo menos 730 mil ucranianos fugiram do país para procurar refúgio na Rússia.

“Os dados fornecidos pela Rússia parecem críveis. Os ucranianos que cruzaram a fronteira não são turistas. Fugiram da situação no Leste da Ucrânia”, disse, em Genebra, Vincent Cochetel, diretor do gabinete para a Europa do Acnur.

Cerca de 120 mil ucranianos já se registraram como deslocados internos, apesar de o Acnur achar que o número real pode ser maior, pelo fato de os homens optarem por ocultar essa situação ao governo ucraniano para não serem chamados ao exército ou por temerem represálias caso voltem para suas casas.

Na cidade de Lugansk, onde já foram mortos mais de 100 civis desde o final de julho, permanecem cerca de 250 mil habitantes, na maioria aposentados e famílias com crianças que não conseguiram abandonar as suas habitações.

Após várias semanas de combate entre as forças de Kiev e os separatistas nos acessos à cidade, ainda controlada pelas forças rebeldes, alimentos e medicamentos começam a ficar escassos.


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