O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou hoje (4) uma “tomada de poder pelas armas” na Ucrânia, acrescentando que o que ocorreu foi um “golpe de Estado anticonstitucional”, resultado de uma insurreição armada.
Estas foram as primeiras declarações de Putin sobre a crise na Ucrânia durante entrevista a grupo de jornalistas, veiculada pela televisão oficial. Putin disse que o envio de tropas russas para a Ucrânia “não é necessário neste momento” e acrescentou que a Rússia se reservou o direito de usar “todos os meios” para proteger os seus cidadãos neste país.
“No que se refere ao envio de tropas, não é necessário de momento, mas essa possibilidade existe”, disse Putin.
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do presidente Viktor Ianukóvitch, por causa da Crimeia, península do Sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia no Mar Negro.
A Câmara Alta do Parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar “o recurso às Forças Armadas russas no território da Ucrânia”.
As forças russas que cercam a base aérea ucraniana de Belbek, perto de Sebastopol, na Crimeia, dispararam tiros de aviso contra militares ucranianos que tentavam se aproximar, informou um oficial das forças locais.
Os homens dispararam para o ar quando um grupo de 300 militares ucranianos se aproximou do aeroporto, na manhã de hoje. Além de disparar os tiros para o ar, os russos disseram que abririam fogo para evitar que os ucranianos se aproximassem.
Diante da ameaça, os soldados ucranianos não continuaram e ficaram na área externa da base, onde forças russas cercam a base de Belbek.
Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, garante que as unidades militares ucranianas estão sendo impedidas por forças locais simpatizantes ao governo russo e não por tropas sob seu comando. Putin fez a declaração durante entrevista coletiva divulgada pela televisão estatal russa.
OTAN
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai realizar hoje (4) a segunda reunião de emergência, em 48 horas, sobre a situação da Ucrânia, após um pedido da Polônia, que alega estar ameaçada pela possível intervenção armada da Rússia. Segundo o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, a reunião vai analisar os desenvolvimentos em torno da situação na Ucrânia, que são vistos como uma ameaça para os países vizinhos e com “sérias e diretas implicações para a segurança e estabilidade da área Euro-Atlântica”.
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