Sair ou não sair?

Mitcham saltando do armário!
Mitcham saltando do armário!

Queridos, o ator inglês Sir Ian Mckellen, abertamente gay há anos, declarou, em uma entrevista à BBC, que os atletas gays devem sair do armário, afinal “O mundo está mudando rapidamente, mas nos esportes essa mudança é muito lenta”. Sir Ian trouxe esse tema tão recorrente na imprensa gay, o medo dos esportistas gays de serem excluídos de seu universo, pelo preconceito generalizado dos outros esportistas, das torcidas e dos patrocinadores. Essa é a realidade em todo o mundo, e em todos os esportes. Existe uma triste ideia, arraigada nas mentes masculinas, de que um homossexual não é capaz de exercer atividades físicas viris, que impliquem em força e coragem. Sabemos que não é assim, quantos gays não estão jogando, incógnitos, em todas as equipes de futebol, basquete, e vôlei, mundo afora, e que acabam sujeitos a assédio e chantagem.

No Brasil, temos o exemplo maravilhoso de Richarlyson, que nunca se declarou gay, mas que enfrenta sozinho a violenta reação homofóbica de milhares de torcedores de seu próprio time. Algumas mínimas mudanças começam a acontecer nos esportes, mas ainda é muito pouca coisa.

Nas olimpíadas de Pequim, o mergulhador australiano Matthew Mitcham era, provavelmente, o único atleta abertamente gay, o que fez dele um herói aos olhos da mídia. Mitcham ganhou uma medalha de ouro, mas mergulho não é um esporte de equipe, não atrai grandes torcidas e o patrocínio que elas geram. No início dos anos 1980, o maior mergulhador de todos os tempos, Greg Louganis, ganhou as 4 medalhas de ouro a que concorreu nas olimpíadas de Los Angeles e Seul, feito até hoje inigualado. Louganis era gay, naquela época nem se cogitava que pudesse sair do armário, e ainda assim ele perdeu os contratos de publicidade que tinha quando os boatos sobre sua sexualidade começaram a correr.  Essa ainda é uma questão delicada, e cada um que julgue por si.

Abraços do Cavalcanti


Comments

15 respostas para “Sair ou não sair?”

  1. Querido,

    Estive pensando nisso outro dia. Acho que uma parte do problema são os vestiários. Sério mesmo. Pode parecer bobagem, mas, em geral, o ser humano é – e os héteros não escapam disso – cheio de pudores.

    A maioria dos vestiários têm chuveiros coletivos e pessoas se trocando na frentes das outras. Se os vestiários fossem mais reservados, acho que tornaria a convivência menos tensa e, consequentemente, mais fácil para os atletas homossexuais serem aceitos.

    A questão de patrocínio é relacionada com o público alvo do produto. Se quem compra a marca patrocinadora faz parte dos moraslistas chatos, infelizmente, a chance do atleta que assuma sua homossexualidade perder o patrocínio é grande. Isso só vai mudar quando a sociedade mudar… 🙁

    Mas veja por outro lado: os músicos, no entanto, mesmo os roqueiros, sempre tiveram liberdade de se declararem homossexuais. Os fãs não ligam para a homossexualidade deles e sim para as canções.

    Alguns meios são mais flexíveis mesmo. Aos poucos todos chegam lá. 🙂

    Beijocas

  2. Meu caro, 2010 da era cristã. O mundo se acabando em guerras, miséria e corrupção. Sem falar na destruição ambiental. A tecnologia avançando a passos largos e tornando acessíveis a qualquer criança coisas nunca dantes imaginadas. E, ainda assim, tem que ser muito macho para se assumir gay publicamente. É… Beijas.

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