Antes, a dificuldade parecia ser o acerto entre os clubes. O Santos fazia questão de receber o valor integral da multa rescisória para liberar Paulo Henrique Ganso ao São Paulo, e só então repassar o percentual dos 55% do passe do atleta para a empresa gaúcha DIS. Depois, a novela ganhou novos capítulos com o interesse do Grêmio, preferência de Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do clube praiano. Com a insistência de Ganso em jogar no São Paulo, Laor – como é conhecido o mandatário santista – se viu obrigado a aceitar a proposta do rival paulista. No entanto, um novo capítulo entrava a liberação do atleta para vestir a camisa do Tricolor do Morumbi.
Apesar de ter aceitado a proposta de R$ 23,8 milhões (referentes aos 45% do passe de Ganso a que tem direito) mais 5% do lucro em uma possível venda do jogador em dois anos, o Santos ainda briga com a DIS por acreditar que o valor pago pela empresa por 25% do passe do atleta não corresponde à realidade. Explica-se: o acordo – feito em 2010, quando o clube praiano ainda era dirigido por Marcelo Teixeira – previa a compra de fatias do passe de diversos atletas santistas pela DIS. Contudo, o Departamento Jurídico do Santos contesta os valores pagos pela empresa e tenta cancelar o acordo na justiça. Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira, dia 19, o clube anunciou o acerto com o São Paulo, mas reiterou que não pretende selar a venda do atleta até resolver a pendência com a DIS.
O prazo para a inscrição de novos atletas no Campeonato Brasileiro vence na próxima sexta-feira, dia 21. Até lá, Santos e DIS devem discutir as condições do entrave para que o camisa 10 campeão da Libertadores de 2010 seja liberado ao time da capital. Na ocasião, a DIS adquiriu 25% do passe de Ganso, Diego Faria, Tiago Luís, Wesley, André e Anderson Planta, além de 20% do passe de Breitner. Em média, o gasto da empresa foi de R$ 500 mil para cada porcentagem do passe dos atletas. Na ocasião da venda, a multa rescisória de Ganso era de 50 milhões de euros, sendo os 25% contestados pelo Santos equivalentes a 12,5 milhões de euros (R$ 32,5 milhões). Para a DIS, a negociação foi normal e não deve levar em conta o valor da cláusula, pois não houve quebra de contrato.
O entrave jurídico fez com que o Santos se recusasse a repassar a porcentagem da venda do jogador Wesley para o Werder Bremen para a DIS. A empresa então abriu uma ação judicial contra o clube da baixada. Em virtude do processo, o Santos teve suas receitas penhoradas pela justiça. O clube recorreu na justiça e aguarda o desenrolar da pendência. Enquanto isso, o São Paulo segue aguardando que a empresa e o Santos entrem em acordo para que o jogador possa finalmente vestir a camisa do clube paulistano.
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