A cidade de São Paulo receberá, a partir do próximo dia 20, Dia da Consciência Negra, a peça Lima Barreto, ao Terceiro Dia. O espetáculo, que conta a vida e obra do jornalista e escritor carioca, filho de escravos, Afonso Henriques de Lima Barreto, tem direção de Luiz Antonio Pilar, texto de Luís Alberto de Abreu e cenografia de Doris Rollemberg.
A peça mostra três dias da vida do escritor, em 1919, quando ele esteve internado em um manicômio, por causa de forte crise de alucinação. Ele tem um delírio e se vê, aos 30 anos, escrevendo o romance O Triste Fim de Policarpo Quaresma. “E os personagens do Policarpo tomam vida e ganham a cena”, diz o diretor Antonio Pilar.
“A questão do negro vai estar no próprio Lima. Ele foi uma pessoa que muito se ressentiu do preconceito exercido sobre a sua escrita. Até hoje não teve, por exemplo, reconhecimento da Academia Brasileira de Letras”, acrescenta.
O diretor destaca que o espetáculo tem uma estrutura teatral “à moda antiga”, com grande corpo de atores e personagens complexos. “Tem uma divisão cênica muito equitativa. São dez atores que falam bastante, têm personagens bem complexos. É contra a corrente do que se vê atualmente: espetáculos com número reduzidos de atores, ou então musical. É um teatro à moda antiga”, enfatiza.
A peça será apresentada na Caixa Cultural São Paulo, na Praça da Sé, em temporada até o dia 30, de quinta-feira a domingo, sempre às 19h15. A entrada é franca, e os ingressos poderão ser retirados na bilheteria uma hora antes do espetáculo.
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