Meus caros, se vocês chegarem a uma festa, ou se sentarem à mesa de amigos em um restaurante, sabem qual o assunto mais perigoso de se tratar? Aquele que pode chocar os outros e estragar o clima? Não, não se trata de nada acerca de sua sexualidade, isso raramente é perguntado, é dito às suas costas, a intenção de todos normalmente é a de te deixar confortável. Também não tem nada a ver com acreditar ou não em Deus, isso não choca ninguém, e pode até dar início a uma conversa, chata ou interessante, dependendo do nível de quem pergunta. Agora, caríssimos, quando te perguntarem “O que posso te oferecer para beber?”, e você responder “Obrigado, não bebo”, pronto, a coisa realmente pode azedar. Nada perturba mais os outros do que alguém que não apenas não bebe como diz que não bebe. Se você não estiver bebendo temporariamente por conta de um remédio ou indisposição, ou não quer beber naquele momento, seja claro e diga isso. Serás perdoado, podes até despertar simpatia. Mas, dizer que não bebe e que esta é uma decisão tua em caráter permanente, isso é veneno. Seu anfitrião vai insistir em te oferecer bebida, às vezes chegará ao limite da inconveniência, como que testando tua intenção e resistência – e esse tipo de comportamento, do anfitrião, não é tido como patológico ou anormal.
Eu não bebo, tive problemas com o álcool e pronto, não precisaria ficar dando explicações, mas não beber incomoda aos outros. Muito. Recentemente, um amigo, jornalista formado, inteligente, bem lido e instruído, comentou que “Quem não bebe se julga superior a quem bebe, está sempre censurando”. Fiquei chocado, quase chutei a canela dele, mas entendi que é ele quem tem um problema com isso, não eu. Depois de ler sobre o caso do jogador Adriano, as coisas que a mídia disse sobre ele, tive pena. Seus problemas com o álcool são evidentes, e aqueles amigos, aquela mulher, aquele treinador, não são boas influências, mas óbvios agravantes. Lembram de Maradona? Lembram de Robert Downey Jr.? Será que ninguém vai ajudar Adriano?
Deixe um comentário