Pesquisadores da Universidade de Duke, em Durham, no estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, anunciaram a descoberta de importantes pistas para a criação de uma vacina eficaz contra o vírus da Aids. Estudando durante três anos o desenvolvimento do vírus e a resposta do sistema imunológico de um paciente infectado, eles conseguiram desvendar como são produzidos anticorpos que se adaptam às mutações do vírus.
Até agora, a grande dificuldade da ciência para desenvolver vacinas eficientes contra a doença é exatamente essa característica que o vírus possui de evoluir com grande rapidez. Como são preparadas para induzir a produção de anticorpos que combatam cepas específicas do vírus, elas não acompanham essas mutações e não impedem que a infecção se alastre.
Por meio de amostras de sangue, os cientistas da Universidade de Duke observaram passo a passo a resposta do organismo do indivíduo que desenvolveu anticorpos que conseguem atacar ao mesmo tempo diferentes cepas do vírus e o neutralizam. Chamados BnAbs, esses anticorpos são produzidos por apenas 20% dos seres humanos.
“A pesquisa atual preenche lacunas do conhecimento que têm impedido o desenvolvimento de uma vacina eficaz para um vírus que matou mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo”, afirmou a equipe em um comunicado da Duke Medicine.
De acordo com o Dr. Barton Haynes, diretor do Instituto de Vacina Humana da Universidade Duke que liderou a equipe de pesquisa, o organismo do paciente acompanhado teve uma resposta muito potente à infecção e pode ensinar aos cientistas a desenvolver substâncias que induzam a produção dos BnAbs.”Aprendemos com este indivíduo como os anticorpos são induzidos, com a esperança de que esta informação possa servir como uma diretriz de como induzir estes anticorpos como uma vacina preventiva”, disse.
Deixe um comentário