Uma plateia de notáveis vai enfrentar as dificuldades oferecidas pelo trânsito do centro da capital paulista para chegar às 19h30 na Câmara Municipal de São Paulo, quando começa a solenidade de entrega da Medalha Anchieta ao cardiologista Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Kalil fará de helicóptero o percurso do seu consultório, perto do hospital Sírio-Libanês, até a Câmara Municipal, no centro da cidade.
A premiação (sempre acompanhada do Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo) é concedida a personalidades e a instituições que conquistaram a admiração e o respeito do povo paulistano. Nos últimos anos, Kalil assumiu postos importantes como a presidência do Conselho Diretor do Instituto do Coração – um dos três maiores centros de cardiologia do mundo em volume de atendimento e especialidades — e está à frente das Comissões Científica e de Ensino. Ele também é Diretor da Divisão de Cardiologia Clínica, setor que congrega os mais ilustres cardiologistas brasileiros. Além disso, Kalil dirige o Centro de Cardiologia do Hospital Sírio Libanês, o Serviço de Cardiologia do Instituto do Câncer de São Paulo e é professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Cardio-oncologia
Uma de suas preocupações é aumentar o debate sobre o impacto de remédios quimioterápicos no coração. No InCor, criou programas específicos com essa finalidade. Sob sua coordenação, em 2011, foram lançadas as primeiras diretrizes de cardio-oncologia no mundo, tornando o País pioneiro nessa área. Em julho próximo, novo trabalho será publicado. A obra II Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia é fruto das discussões de uma ampla rede de especialistas coordenada pelo especialista.
No coração do poder
Além das conquistas da vida acadêmica, Kalil ganhou grande projeção por causa da sua clientela estrelada. Ele é o médico do coração da presidente Dilma, do ex-presidente Lula e sua esposa Mariza, de Gilberto Gil e sua mulher Flora, do humorista Tom Cavalcanti, Wanessa Camargo e Roberto Carlos, do médium João de Deus e de políticos de matizes e plumagens variadas como Geraldo Alckmin, José Serra, Renan Calheiros, Agripino Maia e Fernando Collor. Todos visitam periodicamente seu consultório para longas conversas. Temperamental e sem papas na língua, Kalil costuma cortar secamente qualquer tentativa de obter informações dos seus pacientes.
Mais verbas para o SUS
Na semana passada, o cardiologista Roberto Kalil defendeu em artigo publicado pelo jornal Folha de S.Paulo o maior repasse de recursos federais ao sistema público de saúde.
“O SUS (Sistema Único de Saúde) trouxe inegáveis avanços para a saúde brasileira e é um dos melhores programas sociais que o país já criou. Seu modelo de financiamento, no entanto, é arcaico, não acompanhou a evolução da medicina”, afirmou.
Uma das justificativas é que a tabela do SUS, muito antiga, não permite o acesso aos recursos tecnológicos mais modernos.
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