Indignação. Tristeza. Que outro sentimento pode definir a hostilidade de ‘profissionais’ da saúde com seus pares cubanos? Os 96 médicos, sendo 79 cubanos, que desembarcaram no Ceará para fazer a primeira aula do curso preparatório, ouviram vaias e xingamentos de um grupo com cerca de 50 médicos, no lado de fora da Escola de Saúde Pública de Fortaleza, logo após a Solenidade de Acolhimento, que ironia.
Os médicos cubanos foram chamados de “escravos”, e hostilizados como se estivessem roubando seus empregos e suas oportunidades… Mas custa entender o programa? Precisamos, sim, de mais médicos. Veja nos gráficos abaixo (as informações são do Ministério da Saúde):
O que não precisamos é de preconceito e desinformação. Com quem veio por “solidariedade, não por dinheiro”. Leia a carta de um médico cubano.
Juan Delgado, de 49 anos, que foi vaiado e hostilizado por médicos do Ceará, numa imagem que envergonhou o Brasil, se disse “impressionado” com a manifestação. “Isso não é certo, não somos escravos. Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres para prestar assistência”. Leia toda a reportagem no Brasil 247.
Preconceito
A declaração de uma ‘jornalista’ do Rio Grande do Norte sobre a aparência das médicas cubanas que chegaram ao Brasil para trabalhar no Programa Mais Médicos gerou revolta nas redes sociais nesta terça-feira (27). Micheline Borges publicou que as médicas têm cara de “empregada doméstica” e questionou se as mulheres são mesmo profissionais da saúde. O diretor do Sindicato das Empregadas Domésticas do Rio Grande do Norte, Israel Fernandes, informou que vai analisar a possibilidade de entrar na Justiça contra a jornalista “Ela vai responder por esses crimes”.
Estamos envergonhados e revoltados.
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