Sejamos LGBTTs!

Meus caros, lógico que já me debrucei sobre o Decreto Estadual 55.587/10, que cria o Conselho Estadual dos Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, publicado semana passada. Antes de mais nada, é preciso entender o que faz um Conselho como esse, qual foi o espaço que de fato ganhamos. Recomendo que leiam, no site da Imprensa Oficial, o próprio Decreto, principalmente seu artigo 2º, e vejam lá o que está escrito: “I – Participar da elaboração de políticas…; II – Elaborar, avaliar e apresentar sugestões…; III – Propor mecanismos…; IV – Apresentar sugestões…; V – Efetuar e receber denúncias que envolvam fatos e episódios discriminatórios contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, encaminhando-as aos órgãos competentes para providências cabíveis, além de acompanhar os procedimentos  pertinentes.”  Sigam os verbos de cada item e entenderão melhor. Os quatro primeiros nos colocam na retaguarda das ações do poder público, e ainda – e é correto que assim o seja – em conjunto com toda a administração, afinal, o Estado não se tornou gay, apenas nos deu mais voz ativa para participar.

Fiz questão de transcrever o item V inteiro, pois este realmente nos dá o direito de botar a boca no trombone quando um de nós, ou a comunidade, for ferida em seus direitos. Aí está uma força que nunca tivemos antes, não com caráter oficial, e num país onde tanta falta nos faz o apoio de leis eficazes para nos proteger. Fracasso legislativo, mas um socorro lento e certo está vindo pelas mãos do Judiciário. Tudo isso, no entanto, corre o risco de ficar no papel, se os conselheiros eleitos não se entregarem à função com determinação e desapego de vaidades ou intenções pessoais outras, vale dizer, se adorarem o título mas não vierem trabalhar, ou se vierem imbuídos de intenções político-partidárias ou vaidades pessoais. Antes de políticos, e acima de tudo, somos lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, já somos uma minoria na sociedade, reunida por esta entidade. Se trabalharem juntos, ganharemos todos, senão, ficaremos cada vez mais à imagem e semelhança de Brasília, e não pela arquitetura.


Comentários

8 respostas para “Sejamos LGBTTs!”

  1. Laura,

    Concordo contigo!
    Aqui, no 23, é super bakana, o Lourenço demais. Tenho meus amigos comentaristas Ba, Iasmim, Rafa, Dorita entre outros…

    Às vezes aparece umas loucas assim, mas relevamos… É bom o Brasil saber que ainda vivemos no tempo das carroças…

    Abraço grande!

    Gus
    de bh

  2. Estou chocada! Sou hetero, mas isso não me difere em nada dos gays. Nem no amor materno que recebi da minha mãe, nem na minha ligação com Deus. Quantos heteros não jogam as filhas pela janela? Isso sim é coisa do diabo e não alguem que tem uma opção sexual diferente da minha. Gente que râncor e revolta absurda! Criação do capeta é quem deseja mal a um ser qualquer (humano, ou não) porque ele sente o amor de um jeito diferente… Nunca tinha entrado no blog e não costumo comentar em nenhum, mas fiquei verdadeiramente chocada com os absurdos que li aqui!

  3. Vamos torcer pelo efeito dominó, ou seja, que outros estados comecem a implantar órgãos como esse. Para isso é fundamental que funcione bem em São Paulo – responsabilidade extra para o pessoal daí.

    Beijos

  4. Avatar de Veleria Nascimento
    Veleria Nascimento

    No dia que eu ver, uma mulher grávida desejar que seu futuro filho seja gay, eu mudo meu modo de pensar à respeito dessas carniças. Podridão!!

  5. Avatar de Elizabeth Poporiche
    Elizabeth Poporiche

    Você dão sorte porque a sociedade brasileira é muito omissa. Você são, e continuará sendo uma minoria insignificante. Nós a maioria, é quem elegemos esse políticos insanos e no dia que a sociedade tomar consciência da força do “voto”, tudo poderá mudar, e você voltarão para o seu devido lugar, criação do capeta. Homossexualismo não é inerente da espécie humana, é um comportamento, está provado que ninguém nasce gay. Quando se escolhe assumir uma atitude anti-natural, anormal, que vai de encontro a todos os padrões morais, ficamos sujeitos à aceitação ou a críticas. Se alguém pode roubar, porque não pode ser chamado de “ladrão”? então deveria ter também uma lei para proteger os ladrões. O gay dá o ânus, mas não querem ser chamado de “viado”… essa é boa!! E desde quando um (…?) que leva um pênis no ânus, merece respeito?

  6. Meu caro, enquanto isso, vem a bancada evangélica tentando impedir a parada. De novo. Um pra frente, dois pra trás. Beijas.

    1. Sim, querida, mas novamente temos a Avenida Pulsita confirmada para nós. É uma guerra, mas ainda estamos nela! Bjs.

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