O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou nesta segunda (10) o 6º Congresso Nacional do movimento, no Ginásio Nilson Nelson. O encontro vai até sexta-feira (14). Com o tema “Lutar, Construir Reforma Agrária Popular”, 15 mil trabalhadores e trabalhadoras de 23 estados irão participar do congresso, além de 250 convidados internacionais, segundo os organizadores. O evento marca também os 30 anos de criação do MST. A história do movimento foi lembrada na abertura, com a participação de 1.500 militantes.
O principal objetivo do congresso é discutir e fazer um balanço da atual situação do movimento, traçar novas formas de luta pela terra, reforma agrária e transformações sociais, segundo Marina dos Santos, integrante da Direção Nacional do MST. Durante os quatro dias, serão debatidos os desafios de organização do movimento, o papel político dos assentamentos, a participação da mulher e dos jovens, ato político em defesa da reforma agrária e atividades culturais.
Segundo Marina dos Santos, o congresso “também será uma oportunidade de reafirmar um novo programa da reforma agrária para o país: a Reforma Agrária Popular, já que o modelo de reforma agrária anterior está esgotado e não produz os efeitos desejados pelo movimento”. Ela disse que hoje existem 350 mil famílias assentadas em 1.200 municípios, “mas também há 90 mil famílias não assentadas vivendo em barracas e lutando pela terra”.
As delegações estão acampadas em barracas em frente ao ginásio, onde também estão estacionados dezenas de ônibus. Simultaneamente ao congresso, ocorre a Mostra Nacional da Cultura e Produção Camponesa para demonstração e venda dos alimentos produzidos pelos assentados, além de apresentações culturais. No mesmo espaço, ainda serão montadas 12 pequenas agroindústrias de beneficiamento, entre elas de erva-mate, cachaça e farinha.
Na tarde de quarta- feira (12), haverá uma marcha em defesa da reforma agrária e uma festa em comemoração aos 30 anos do movimento. Para quinta-feira (13), está programado ato político pela reforma agrária, com a participação de movimentos sociais, intelectuais e partidos políticos.
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