Olê, Olê, Olê, OlêTELÊ, TELÊ!
Senhor Telê,Sei que, infelizmente, há poucas chances dessa mensagem chegar até o senhor.Apesar dos avanços tecnológicos, a humanidade ainda não conseguiu estabelecer comunicação com quem não está mais entre nós.Hoje, 21 de abril de 2011, faz cinco anos que o senhor partiu.Em 1992, quando estava começando a minha carreira de jogador, tive o prazer de enfrentar um time dirigido pelo senhor. Na verdade, mais que um time, era um grande time! No Troféu Teresa Herrera, não vimos a cor da bola e vocês venceram por 4 a 1. Eu não joguei naquela ocasião.Depois, no Mundial do Japão, um jogo lindo, de times com as marcas do senhor e de meu amigo Johan Cruyff. Dei o passe para o Stoichkov abrir o placar, mas não teve jeito. Nova vitória de vocês, por 2 a 1. Era impossível Zubizarreta pegar aquela falta de Raí! Até hoje, revejo o duelo de gigantes. E aprendo muito! Sobre tática, posse de bola, técnica, tudo. Sobre futebol-arte.Mas, antes de encontrar o senhor já como profissional, o encontrei menino, dez anos antes. Eu tinha 11 anos e a Copa de 82 acontecia na Espanha. Apesar de amante do futebol, o sangue catalão falava mais alto a meu pai, Valentí. “As coisas que acontecem nesse país ao lado não me interessam!”, dizia ele, como faz até hoje.Valentí rendeu-se à Copa do Mundo da Espanha quando viu o Brasil do senhor. Principalmente, depois dos 3 a 1 sobre a Argentina, que ele assistiu no Sarriá. Voltou eufórico para casa. “Meu filho, é um time maravilhoso! Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates, Zico! Telê Santana é um gênio! Vou te levar no próximo jogo”.Saímos da pequena Santpedor e fomos ao Sarriá. Não tive a oportunidade de dizer ao senhor nas outras ocasiões em que nos encontramos, mas agora o faço: Obrigado. Não imagino quantas noites o senhor deixou de dormir por causa daquela derrota. Devem ter sido inúmeras. Mas, o legado que o senhor deixou ao futebol e ao mundo é imortal. Está vivo.Esta mensagem talvez não chegue ao senhor, realmente. Mas, a arte que o senhor proporcionou a milhares de pessoas não tem preço e permanece no futebol até hoje, apesar de todas as coisas negativas que existem no esporte.Agora no banco de reservas, espero ser um fio de esperança do futebol-arte que o senhor nos mostrou e nos ensinou.Muito obrigado,Josep Guardiola.Pelas fictícias (porém possíveis) palavras do comandante do espetacular Barcelona, já um dos maiores times da história do futebol, uma singela homenagem do site da Brasileiros a Telê Santana da Silva, o maior técnico de futebol do Brasil.
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