Com a divulgação do relatório final de investigação da Comissão Nacional da Verdade, que durou dois anos e sete meses, sobre o período militar brasileiro entre 1964 e 1985, relembramos a série de matérias da nossa repórter especial Luiza Villaméa. “Filhos do Brasil” venceu o Prêmio Esso de Jornalismo 2013, na categoria Regional Sudeste.
Quando meninos são fichados como terroristas
Presos com a avó e os pais, os brasileiros Ernesto, Zuleide, Luis Carlos e Samuel conheceram os cárceres do regime militar, foram enquadrados como subversivos e banidos do País. O mais novo tinha 2 anos e 3 meses. O mais velho estava para completar 9 anos.
Como um passarinho
Joana é filha de Gustavo Buarque Schiller, o sobrinho da amante do ex-governador Adhemar de Barros. Gustavo foi quem articulou com a guerrilha o roubo de um cofre, na mansão onde morava, com US$ 2,5 milhões dentro. Joana tinha apenas um ano e oito meses quando Gustavo morreu. Hoje, aos 29 anos, ela encaixa as peças que encontra com a história do pai, para melhor incorporá-lo à própria vida
Nesta foto tinha um pai
Como Ñasaindy Barrett de Araújo superou um ciclo iniciado em Cuba, onde seus pais a deixaram, antes de serem mortos no Brasil. Criada pela operária Damaris Lucena, Ñasaindy tinha 11 anos quando chegou a São Paulo com documentos falsos. Levou outros 16 anos para sair da clandestinidade.
A filha do general
Como a advogada Eugenia Zerbini superou o estupro sofrido na sede da Operação Bandeirantes quando tinha apenas 16 anos. Era uma sexta-feira 13. Naquele dia de fevereiro de 1970, sua mãe, a advogada Therezinha Godoy Zerbini, acabara de ser presa, acusada de apoiar a subversão. Seu pai, o general Euryale de Jesus Zerbini, tinha sido cassado por resistir ao golpe.
Órfãos da guerra que não existiu
A maior mobilização de tropas brasileiras depois da Segunda Guerra Mundial aconteceu na região do rio Araguaia. Na última ofensiva, a ordem era exterminar todos os guerrilheiros e não deixar vestígios. João Carlos e Igor, netos do ex-deputado Maurício Grabois, perderam o avô, o pai e o tio no conflito que a ditadura escondeu.
“Essa culpa não é minha”
A história de Alessandra Lobo, filha de Amílcar Lobo, médico que atuou na máquina da tortura.
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