Serra ou Dilma? Previsão do Ibope desperta debate eleitoral

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O número de comentários enviados pelos leitores sobre a entrevista concedida ao Balaio pelo presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, com suas previsões para a sucessão presidencial, que bateu o recorde deste ano, mostra que na internet o debate eleitoral já começou.

Foram 641 comentários até a manhã deste domingo, um número que não é muito comum nos blogs jornalísticos que tratam de política. Em sua entrevista, Montenegro, que, no ano passado, tinha dado como certa a vitória de José Serra, também aqui no Balaio, desta vez admitiu que poderemos ter um segundo turno muito equilibrado, disputado pau a pau. “Uma vitória de Dilma não me surpreenderia”, disse-me ele.

O Ibope só fará nova pesquisa presidencial no começo de março, mas as duas últimas pesquisas divulgadas neste começo de ano, do Vox Populi e do Sensus, indicando um empate técnico entre os dois principais concorrentes, já serviram para despertar o interesse dos leitores, embora a campanha nem tenha começado oficialmente.

Por falar nisso, toda este história de campanha antecipada, que levou o PSDB à Justiça, com representações contra Lula e Dilma, não passa da mais pura hipocrisia.

Disputa eleitoral no Brasil é como o carnaval baiano: dura o ano inteiro. Cada passo e gesto dos prováveis candidatos Serra, Dilma, Ciro e Marina Silva, em torno dos quais gira o noticiário político desde o ano passado, tem como principal objetivo marcar posição na disputa de outubro.

Em São Paulo, por exemplo, todos os intervalos comerciais no rádio e na televisão são recheados de anúncios do governador José Serra e do prefeito Gilberto Kassab, enaltecendo suas obras, enquanto Dilma cuida de inaugurar outras em suas viagens pelo Brasil ao lado de Lula.

Mas dificilmente a disputa se dará neste campo para saber quem fez mais ou menos obras, acredito eu. Neste momento, o cenário está sendo definido pela construção das alianças e formação de chapas que determinarão o tempo de televisão de cada candidato, um fator cada vez mais importante nas eleições presidenciais brasileiras.

Quando a campanha esquentar, depois da Copa do Mundo, é a situação econômica do país que terá um papel relevante na escolha do eleitor. Quem estiver satisfeito com a vida tende a votar na situação; quem estiver descontente tende a votar na oposição. Simples assim.

Até lá, cada um vai vendendo seu peixe como pode, ocupando espaços na mídia e analisando com lupa as pesquisas de intenção de voto, definindo discursos e programas com seus marqueteiros.

Percebo que na internet, como se pode ver pelos comentários aqui publicados, assim como em outros blogs, a maioria dos eleitores já fez as suas escolhas _ é aquele velho Fla-Flu entre tucanos e petistas, que não respeita o calendário eleitoral, assim como na Bahia o carnaval não tem data para começar nem para terminar.

Na hora do vamos ver, no entanto, quem vai definir a eleição são aqueles que ainda não têm acesso à banda larga e nunca enviaram comentários aos portais ou às redações da velha imprensa de papel, quer dizer, a imensa maioria silenciosa, que só se liga na disputa quando começa a campanha oficial no rádio e na TV. Temos ainda muito chão pela frente. Como repórter escravo dos fatos, eu não arrisco um palpite.

Bom domingo a todos.


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