Serra, primeiro round

Muito ainda será perguntado1
Muito ainda será perguntado!

Caríssimos, ontem falei daquilo que realmente vai tomar a atenção do povo brasileiro durante as próximas semanas – a Copa do Mundo. As eleições de outubro, quando o destino do Brasil pelos próximos anos será decidido, ainda não atingiram a polêmica que merecem. Uma das fontes mais seguras do panorama eleitoral, os motoristas de táxi, ainda está no campo do “Não sei.”, isso é sintoma de que a coisa não se incendiou como merece.  Falando ontem em Santa Catarina, colégio eleitoral conservador, José Serra saiu-se pela tangente quando perguntado sobre o casamento gay diante de uma plateia de evangélicos. A armadilha foi bem preparada, e será jogada a cada entrevista ou aparição pública.

Serra disse que é contra qualquer lei que obrigue uma religião a inserir o casamento gay em sua liturgia, resposta óbvia, e que foge da questão brilhantemente. Lógico que não se pode interferir na liturgia de uma religião, a própria liberdade de culto religioso também é garantida pela Constituição Federal, o Estado não pode interferir. A briga da comunidade homossexual é pela legalização do casamento no âmbito civil, no campo do estado laico, não do religioso, e isso não foi dito pelo candidato – e não o será durante toda a campanha, estejam certos.

Marina Silva, ela mesma evangélica praticante, não vai sequer tocar no assunto, e os dois principais candidatos, Serra e Dilma, não importa o que pensem, fugirão o quanto puderem. É sempre necessário lembrar que somos minoria, e a maioria do Brasil é preconceituosa. Serra saiu-se bem ontem, e Dilma estará preparada, não devemos esperar nada além do discurso leve sobre os direitos humanos das minorias, e a devolução da questão para o “debate social” no legislativo, ou seja, lá vamos nós de volta para a boca dos leões. Nenhum candidato vai se desgastar por nossa causa – Lula nunca o fez. E nós? Daremos tiros para todos os lados? Não, não adianta sermos quixotescos, vamos lutar para manter nossas reivindicações na pauta, mas sem ilusões. Eleito o candidato, cerraremos a luta em cima dele, e continuaremos a lutar no legislativo e no judiciário. Eleição é eleição, mas Brasil é Brasil, sejamos realistas!


Comentários

6 respostas para “Serra, primeiro round”

  1. Eu não estou no Brasil, mas continuo minha campanha: NÃO VOTEM NO PMDB!

    Por favor, esse partido precisa perder poder. Alguém ainda lembra que eles estavam aliados ao Serra 8 anos atrás? A vice presidente era deles!

    Eles perdem a eleição e ainda viram governo! Isso acontece porque ninguém consegue governar o país sem o PMDB porque o partido é simplesmente grande DEMAIS!

    Ao ter muitas cadeiras eles fazem o que querem. Ninguém aprova nenhuma lei ou orçamento sem os votos do PMDB. Eles sabem quão valiosos são e por causa disso, senhores corruptos como José Sarney são e continuarão sendo protegidos por qualquer partido que venha a ganhar as eleições.

    Por favor, pessoal, pensem um pouco. Não votem em NENHUM candidato do PMDB.

    Beijinhos a todos

  2. O duro é que “Brasil é Brasil”!!

  3. Avatar de Chico Lobo
    Chico Lobo

    Dente tantas coisas ransosas entre os evangélicos, a discriminação absurda que cometem contra quem tem opção sexual diferentes daquilo ele eles acham “certo”, passou do limite do aceitável.

    Além do absurdo da discriminação contra gays, os evangélicos ainda infiltram-se no poder para criar mais leis ainda que absorvem suas insanidades e abusos.

    NÃO VOTE EM POLITICO PASTOR

  4. Meu caro, o país é grande e os problemas são imensos. Na ordem das coisas, o nosso casamento gay não é lá grande prioridade. O negócio é, como você escreveu, lutar para que o eleito faça algum movimento em nosso favor. Beijas.

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