Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) participaram de um ato nesta quarta-feira (16) para protestar contra a crise institucional que se instalou no órgão após a suspensão das divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), na semana passada.
A diretora da ASSIBGE, Ana Magni afimou que o objetivo do ato é mostrar o esvaziamento do quadro técnico do instituto. “A suspensão da Pnad Continua foi o estopim de uma série de decisões arbitrárias por parte da diretoria executiva do IBGE. Conforme nota assinada por 45 técnicos, não havia necessidade de suspender a pesquisa, ou rever a metodologia”, disse.
A medida foi tomada após questionamentos de parlamentares sobre a precisão das informações sobre a renda domiciliar per capita para as Unidades da Federação, já que as estimativas servirão como base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados – FPE, conforme definido na Lei Complementar nº 143/2013. Os resultados da Pnad Contínua voltarão a ser divulgados somente em 6 de janeiro de 2015.
O sindicato acredita que a presidente do IBGE, Wásmalia Bivar, expôs a autonomia técnica do órgão ao interromper a divulgação da pesquisa. “Não podemos aceitar interferência de candidatos de partidos A, B ou C”, argumenta Suzana Drumond, também diretora do sindicato.
Os técnicos dizem que convivem diariamente com pedidos de informação de senadores e contestação sobre suas estimativas de população, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participação dos Municípios. Nem por isso, dizem, ocorreram outras mudanças. Drumond criticou ainda a falta de transparência nas decisões do Conselho Diretor, que só ouviu os técnicos depois da crise instalada.
O ato também discute a media salarial dos servidores do instituto. O salário para trabalhadores do nível médio do IBGE corresponde a 69% a remuneração dos empregados do IPEA e CVM. O salário dos de nível superior corresponde a 90% ao do IPEA e CVM.
Com agências de notícias.
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