Sigmaringa, quase uma unanimidade

Ele nasceu há 65 anos em Niterói (RJ), e lá formou-se em Direito e Administração de Empresas. Mas foi em Brasília, onde vive desde 1968, que Luiz Carlos Sigmaringa Seixas desenvolveu sua carreira de advogado (notabilizando-se na defesa de presos políticos) e político. Sig, como o chamam, foi deputado federal constituinte em 1986, pelo PMDB e reelegeu-se em 1990, pelo PSDB. Em 1994, saiu candidato ao Senado, já pelo PT, e, em 1998, a vice-governador do Distrito Federal, na chapa de Cristovam Buarque. A volta à Câmara Federal foi em 2002, em grande estilo, passando a ser um dos vice-líderes do governo Lula. É uma das pessoas mais próximas ao presidente. Mesmo sem mandato parlamentar, segue como uma espécie de consultor jurídico e político informal.

Mas a principal característica que destaca Sigmaringa na política nacional é sua capacidade de diálogo entre amigos e adversários. Para muita gente, ele tornou-se uma unanimidade suprapartidária, por ser absolutamente confiável. “Trato todos de maneira igual, mas esse negócio de unanimidade é perigoso”, diz. “Prefiro ser uma quase unanimidade.” O que ele garante é que não troca Brasília, onde mora com a mulher, a jornalista Marina, e os filhos Guilherme (advogado) e Luiza (jornalista), em uma casa no Lago Sul: “É a minha cidade, onde cresci profissionalmente e exerço a cidadania”. Nem a crise política por que passa o Distrito Federal lhe tira o ânimo. “São fatos chocantes, reflexo de políticas que, com um intervalo do governo Cristovam, vêm se repetindo desde 1989 e precisam ser mudados”, afirma. Sig só lamenta que a autonomia política de Brasília, que ele incluiu na Constituição, tenha desandado em um cenário onde até o governador José Roberto Arruda acabou preso: “Meus amigos brincam dizendo que, no fundo, a culpa é minha”.

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