A síndrome de Poliana e a coragem de Verônica

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Espécie de antídoto contra o baixo-astral que contaminou o ano que passou e teima em permanecer neste que agora começa, o sorriso da capa desta nossa segunda edição de 2016 – ano de Olimpíada e Paralimpíada no Rio – ilumina uma história vivida com energia cativante.

Fotografada por Luiza Sigulem e entrevistada por Eduardo Marini, a paulista Verônica Hipólito, de 19 anos, dá um exemplo de vida cuja excelência de resultados demonstra a diferença entre a síndrome de Poliana – a personagem do livro de Eleanor Porter, de 1913, com sua confortável fuga da realidade – e a coragem, objetividade de propósitos e energia preciosa para enfrentar as adversidades da vida. Admirável!

Também nesta edição as histórias de duas escritoras, uma brasileira e outra bielorrussa. Daniel Benevides, nosso editor de literatura, entrevistou Maria Valéria Rezende, santista, formada em Língua e Literatura Francesa em Nancy, uma freira missionária que conviveu com Antonio Candido, Hélio Pellegrino, Fidel Castro, Gabriel García Márquez e, aos 60 anos, se descobriu escritora. Ganhou um Prêmio Jabuti no ano passado e lança agora outro livro. Daniel também fala sobre Svetlana Alexievich, a bielorrussa que ganhou o Nobel com os impressionantes relatos dos sobreviventes de Chernobyl.

Em claro contraponto ao espontâneo e cativante sorriso de Verônica em nossa capa, Alex Solnik analisa um dos candidatos do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria Jr., espécie de mini-Trump com o laquê nos dentes, que deve enfrentar em convenção Andrea Matarazzo e Ricardo Tripoli. É interessante ir às duas fotos e comparar os dois sorrisos.

Fernanda Cirenza, nossa redatora-chefe, entrevistou a historiadora Daniela Moreau, que lançou o livro Edmond Fortier – Viagem a Timbuktu, que reúne os belíssimos cartões-postais produzidos pelo fotógrafo francês que viveu em Dakar, no Senegal, e viajou pela África do Oeste.

E a mesma Luiza que fotografou o sorriso de Verônica juntou-se a Luiza Villaméa no Escola da Natureza, um barco de 18 metros, na região do rio Negro, na Amazônia, onde entrevistaram pesquisadores e o oncologista Drauzio Varella sobre o trabalho que agora completa 20 anos. Na embarcação já navegou o descobridor do vírus da Aids, Robert Gallo. E já que, acima, falamos em PSDB e sua versão de Donald Trump, para não dizer que não falamos de flores, o além de competentíssimo, também insuspeitíssimo, dr. Drauzio Varella teceu sinceros elogios a José Serra, a quem credita boa parte do sucesso do tratamento da Aids no Brasil, quando ministro da Saúde.


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