Sobre Dunga, Zangado e outros anões

Lula andou dizendo que faltava coragem ao time que representa agora seu país. Chegou a apontar o meia argentino Messi como exemplo a ser seguido. O jornal O Estado de S. Paulo noticiou que Dunga xingou a mãe do presidente. Estaria tentando motivar os jogadores no vestiário antes do jogo contra o Chile. No dia seguinte, o técnico da Seleção negou vitupérios na preleção. Pode ser que esteja falando a verdade, mas eu duvido.
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Quem conhece o Dunga sabe que ele é dado a destemperos. Exemplo vergonhoso disso foi dado na Copa de 1994, no estádio Rose Bowl em Pasadena, quando ganhamos o Tetra. Como capitão da esquadra bem pouco estrelar, coube ao então meio campista levantar o caneco. O ato, imortalizado por Bellini, em 1958, e que virou du rigor, recebeu versão eqüina nos Estados Unidos. Nós jornalistas, principalmente os fotógrafos, ao redor do pódio na entrega da taça, fomos brindados com barragem de xingamentos pelo líder da esquadra. “Olha aí, seus traíras! O que é que vão dizer agora? Vocês são todos uns traíras, sem vergonhas! Filhos da Puta!”, vociferou o jogador.

Referia-se às críticas que a imprensa fez a um time que, apesar de campeão, jogou futebol dos mais mesquinhos. Semelhante ao que apresentou, sob seu comando tático, o aglomerado de peregrinos na última Olimpíada. E por isso, os repórteres foram considerados “traíras”- traidores, na linguagem erudita dos boleiros. Os fotógrafos pediam para que Dunga virasse o Caneco para o lado de suas objetivas. Que erguesse um pouco mais o troféu, já que a estatura do atleta é, como se vê, pouco avantajata – aliás, lhe vale como apelido o nome de um anão. Pois não é que Dunga continuava descendo a língua nos jornalistas, e virava a taça – quase sumida em meio à multidão de gente maior do que seu portador.

Foi um dos capítulos mais lamentáveis que assisti num estádio. E olha que já segui o time do Corinthians por todo o Brasil, quando era adolescente. Vi jogo entre times de segunda do Paraguai, Argentina e Inglaterra (com pau comendo no campo e fora dele) e testemunhei hooligans holandeses avançando em alemães neonazistas. Mas a ira do Dunguinha bate tudo isso. Nem na vitória ele foi capaz de segurar seus cascos.

Dunga (“Dopey”, em inglês), o anão da história de Branca de Neve que inspirou o apelido do técnico da Seleção

Falei de seu apelido, Dunga. Provém de sua semelhança física a dos anões de desenho animado. Como era baixinho e troncudo, resolveram batizá-lo com o nome de um dos companheirinhos da Branca de Neve. Quem escolheram, entre os sete? Não foi o “Mestre”, já que este é o mais ponderado e inteligente. Também não optaram pelo “Atchim”, uma vez que não se via o jogador brasileiro em surtos de espirros. Poderiam tê-lo feito xará do “Zangado”: há semelhanças óbvias no temperamento dos dois. Mas não! A sabedoria popular escolheu “Dunga”. Ora, o “Dunga” é o “Dopey”. Trata-se de uma corruptela da palavra “dope”, ou seja: idiota. O Dopey, Dunga, é o cretino. E não me digam que foi por acaso que elegeram o apelido para Carlos Caetano Bledorn Verri.


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