S.O.S. educação

Terça-feira, 28 de abril. Hoje é celebrado o Dia Nacional da Educação. Porém, nós brasileiros ainda não temos muitos motivos para comemorar.
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Na segunda-feira (27), Marcelo Néri, chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV, coordenou, em parceria com a Rede de Estudos e Desenvolvimento Educacional (REDE/FGV), um seminário sobre metas de educação. A linha condutora do encontro foi o mais recente estudo do professor: “Motivos da Evasão Escolar”.

O estudo mostra o interessante ponto de vista dos pais e alunos, até agora pouco debatido por parte dos responsáveis pela educação. Atualmente, um dos principais motivos pelo qual o jovem brasileiro se distancia da escola não é a falta de vagas, professores ou até mesmo a baixa qualidade do ensino. O grande causador dessa evasão é o desinteresse dos jovens e crianças, além da falta de incentivo dos pais ou responsáveis para que os filhos estudem.

O estudo, baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que 40,1% dos jovens de 15 a 17 anos deixam a escola por desinteresse e 27,1% saem porque precisam trabalhar e trazer renda à família. A pesquisa indicou que 14,1% dos jovens na faixa etária dos 15 aos 17 anos deixaram de estudar.

Outro ponto interessante foi debatido no seminário e analisado no estudo. No Brasil atual, foi construído um paradoxo. Os motivos e a realidade que fazem com que o jovem troque a escola prematuramente pelo trabalho não são mais os mesmos. Hoje em dia, não é mais o jovem da cidade pobre e com poucos recursos que faz essa transição, e sim o morador da cidade grande que, apesar de ter escola disponível, tem de trabalhar para ajudar a família.

Na mesma linha de raciocínio, Néri afirma ainda que as escolas competem diretamente contra a economia nacional, ou seja, em épocas de aquecimento, a quantidade de alunos que trocam a escola pelo emprego é muito maior. Na crise que enfrentamos atualmente, por exemplo, esse número diminui.

Os tempos são outros e a escola ficou parada no século passado. É preciso que haja uma mudança radical no ensino brasileiro e na forma que a escola aborda e interage com o aluno para que, quem sabe um dia, tenhamos motivos para comemorar o 28 de abril no País.

* Diogo Mesquita é estudante


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