Sou brega sim!

Caríssimos, depois de ser ou não ser gay, ser ou não ser brega é o que mais incomoda os brasileiros. Eu me assumi gay, tive coragem para isso, mas me assumir brega também foi difícil.  Reconhecer-se brega, publicamente, é um sair do armário intelectual, algo como dizer a todos que você se identifica mais com a novela das oito do que com Shakespeare, prefere Roberto Carlos a Marisa Monte (como se fossem excludentes), e tem sim, no seu sofá, aquela almofada de pelúcia vermelha que você adora abraçar, mas que esconde quando tem visita. Tudo isso é ridículo, eu sei, mas nós somos ridículos no dia-dia, vamos confessar que sim.

Fui chamado de brega no último domingo, por um amigo jornalista que se acha a fina flor da intelectualidade, daqueles que se recusa a falar sobre televisão, e é campeão na prova do “Mas você não leu?”. Fui eu dizer que adoro os grandes musicais da Broadway, mesmo das montagens brasileiras, e levei um tiro de brega na testa. Convencionou-se que musicais são bregas e está acabado. Num mundo onde BBB faz tamanho sucesso, deveriam ser reconhecidos como sofisticados, mas são bregas. Portanto, eu sou  Gay e brega, adoro! Assisti Evita, em Londres, 1982, fiquei sem fala com a fantástica cena do Don’t Cry For Me Argentina. Depois vi a montagem brasileira e adorei. Fico feliz pois temos dois musicais bregas e deliciosos em cartaz em São Paulo, e recomendo ambos: O Rei e Eu está no teatro Alpha, e hoje à noite estreia o delicioso Cats, no teatro abril. As musicas são traduzidas, é pena, mas mesmo assim vale, a dança de Anna com o rei do Sião continua bárbara, e os recursos cênicos que fizeram de Cats quase um Cirque du Soleil estão todos lá. Sejam bregas!  Se o medo de sair do armário for grande, óculos escuros, boné, e pseudônimo são a solução. Ser brega é ótimo, principalmente com musical bom.


Comentários

7 respostas para “Sou brega sim!”

  1. Sou brega confesso, já vi Cats na Brodway (como se escreve isso?) adoro ouvir Mariza Monte cantando Roberto Carlos, adoro quando ele canta “eu parei em frente ao portão…” já furei meu cd da Evita e por ai vai uma lista interminável de breguices. Sou brasileiro sou gay sou brega e não desisto nunca. Adorei o PIMBA da Iasmim kkkk, quero saber como faço pra seguir esse blog, conheci pelo twitter e ADOREI. Agora da licença que eu vou escutar o Wando!

    1. AMO ser brega, é uma libertação poder dizer isso. Bjs que eu vou ouvie Barbra Straisand…

  2. Ser brega e saber-se brega não é o problema. O problema é ser PIMBA e achar-se intelectual! 😀

    Não dá para gostar de coisas boas e bregas? Certas breguices são queridas ao coração. Qual o problema? 🙂

    Meu atestado brega: http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo

    Quem nunca quis dançar essa música que atire a primeira pedra! 😀

    Beijocas

    PS: PIMBA, pseudo-intelectual metido a besta e associados – http://adolargangorra.blogspot.com/2009/01/o-pimba.html

  3. Desse mal estou livre. Não preciso assumir o que todo mundo já sabe: Sou brega confesso rs… Amo musicais!

    Ano passado assisti três montagens maravilhosas: O Primo Basílio, A Noviça Rebelde e A Bela e a Fera. Todos breguíssimos, no maior estilo Broadway, ou seja, maravilhosos!

    Já recebi ótimas indicações de Cats e O Rei e Eu. Pretendo não perder por nada, embora o preço dos ingressos de musicais no Brasil ainda seja altamente sofisticado, não é rs?

    Abraços,

    1. Os preços? Sofisticadíssimos, não tenha dúvida, mas é assim, aqui e lá fora. Mas dá para ver um a cada mês, e aí fica mais fácil.
      Abração do Lourenço

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