Meus caros, finalmente fui ver o filme de Tarantino, Bastardos Inglórios, sobre o qual falei há algum tempo. Muitos me metralharam por ter criticado o filme sem ver, mas, se lerem o post, que ainda está lá, verão que eu critiquei o tema, não o filme. Não vou repetir o que já disse. Tarantino fez Pulp Fiction e Kill Bill, merece atenção. Gostei do filme, achei divertido, bom roteiro, bom entretenimento. Só isso. Até na obra de Tarantino este é um filme menor. Ele repete a receita de despertar no espectador o sentimento de raiva, para que deseje a vingança, e adore a violência que se segue. Kill Bill já era assim. Bastardos não é filmão, é cinema mediano. Quem discordar pode comentar – o espaço está aberto.
Expliquei, naquele post, que um dos objetivos deste blog é combater a homofobia, pois eu sou gay, e não quero apanhar por causa disso, não quero que ninguém morra por ser homossexual. Poliana? Me chamem do que quiserem. Filmes como o de Tarantino banalizam, quase legitimam, a violência que ele não sente no próprio rabo, pois não representa minoria alguma: é americano, branco, rico, heterossexual e católico. Poderia fazer mais pelo mundo, mas não está nem aí, parece adolescente. Eu prefiro filmes que tenham alguma outra função, que não apenas o entretenimento.
Ninguém precisa ser gay para ter medo, pois vivemos em uma sociedade onde, a cada dia, morre mais gente do que morria em Beirute durante a guerra do Líbano. Na maioria, gente jovem e humilde. Você não é jovem nem humilde? Pode morrer assim mesmo. Todos estamos acompanhando mais uma batalha sangrenta entre traficantes e a polícia, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, temos o mesmo problema, só que menos visível. E o cinema com isso? Pode-se compreender perfeitamente o que está acontecendo no Brasil, hoje, através de dois filmes: Cidade de Deus e Tropa de Elite. Compreendendo, podemos buscar soluções. Falei em dois filmes brutais, mas bárbaros, que nos explicam o fenômeno da violência de forma magistral. Dois filmes úteis, maravilhosos. A minha Poliana acha que o violentíssimo Tropa de Elite dá de dez nos Bastardos inúteis de Tarantino. E Brad Pitt, sequer gostosão nesse filme, não chega aos pés do Capitão Nascimento, de Wagner Moura.
Abraços do Cavalcanti.
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