Exposição aberta neste sábado (6), no Museu de Arte Sacra de São Paulo, traz para a capital paulista uma coleção de presépios de papel produzidos e impressos, em sua maioria, na Alemanha, entre 1890 e 1940.
Com cerca de 150 obras raras, Presepe di Carta apresenta a coleção particular de Celso Battistini Castro Rosa. Hoje, essas obras despertam interesse de colecionadores de todo o mundo, mas no século 18 esses trabalhos eram conhecidos como “presépios de pobres” – época em que as peças de gesso, barro ou madeira eram consideradas mais nobres.
Em 1782, o imperador da Áustria Joseph II, por questões políticas com a igreja, passou a desestimular as montagens tridimensionais dos presépios, e o papel surgiu como alternativa para a representação do nascimento de Jesus Cristo, segundo Osley José Viaro, curador da mostra.
No século 19, com o surgimento da litografia – técnica de impressão que permitia a produção de cópias em larga escala, a partir de uma matriz -, as peças em papel se multiplicaram. Naquela época ocorreu o ápice dos presépios de papel, com significativo aumento na produção desses trabalhos, sendo os mais famosos provenientes de Wissenbourg (pequena comuna na região administrativa da Alsácia, na França) e das cidades alemãs de Neuruppin (Brandenburg), Mainz e Augsburg.
Viaro conta que “as saudações que se fazia pelos correios – os tradicionais cartões de Natal – eram manuscritos, e os presépios começaram a funcionar como cartões”. Ele ressalta que as peças expostas foram guardadas por muito tempo, e é possível enxergar recados atrás das imagens, o que para ele torna as obras uma raridade.
“O aspecto curioso é a multiplicidade iconográfica”, observa o curador, já que os presépios trazem cenários alpinos, mediterrâneos e também características das eras a vitoriana e elisabetana. A cena do nascimento é a mesma, mas a representação é diversa.
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