Foto Luciana De Francesco
Fundada em 1983 pelo marchand alemão Thomas Cohn, que este ano completa 50 anos no Brasil, e sua ex-mulher Myriam Cohn, a Thomas Cohn Arte Contemporânea, que encerrou atividades em 31 de março, foi uma das principais galerias de arte do Rio de Janeiro e de São Paulo, determinante para dar visibilidade e consolidar grandes artistas que surgiram, a partir daquela efervescente década, como Leonílson, Adriana Varejão, Leda Catunda e Edgard de Souza.
Cohn também foi responsável por levar à Cidade Maravilhosa, as primeiras individuais de outros importantes artistas, como Mira Schendel, Amilcar de Castro, Lygia Pape, Daniel Senise e jovens artistas internacionais, como Stephen Peirce, James Jessop, Diana Arbus e Tony Cragg.
O auditório instalado no segundo pavimento da Fundação Bienal lotado para ouvir o galerista
Em 1997, a galeria migrou para a sede paulistana que marcou sua despedida do mercado de arte. Desde 1984, quando fez sua primeira participação em feiras interncionais, na ARCO Madrid, o alemão foi figura frequente nas principais feiras e bienais ao redor do mundo.
Bem-humorado, afirmando que sai de cena, pois não tem mais o que oferecer a novos artistas, Cohn – ao lembrar da visita de um jovem Leonílson, em 1983, que teve a primeira exposição acordada assim que o galerista viu três obras de uma pasta com dezenas delas – revelou consequências negativas e positivas de seu pioneirismo: “Sempre atuei com a filosofia de dar chance aos artistas novos e muitas vezes perdi dinheiro. Como consequência da descoberta do Leonílson, em menos de 60 dias eu acabei perdendo o Sérgio Camargo, o Carlos Vergara, o Tunga e o José Resende. Mas, logo depois, entraram artistas como Leda Catunda, Daniel Senise Edgard de Souza e Adriana Varejão”.
Desfrutando do que considera “vantagens de sair de cena”, ele deixou um caro conselho aos jovens artistas que, eventualmente, possam se deslumbrar com o cenário otimista que o mercado brasileiro vem experimentando ao longo dos últimos anos: “Eu sempre procurei ser muito franco, mas agora posso ser ainda mais, e insisto que um dos maiores inimigos do artista é o sucesso. O sucesso comercial é muito perigoso. Quando o dinheiro começa a entrar, algo muito bom, muitos artistas pensam ‘vou continuar com essa linha’. Mas o artista não pode pensar dessa forma. Ele tem sempre que acrescentar algo a sua obra. No dia em que deixa de apresentar esse valor, o artista ‘acabou’”.
A série Diálogos recebe, hoje, no auditório instalado no segundo pavimento, os curadores Agustín Perez Rubio (16h), Ute Meta Bauer (17h) e Ana Paula Cohen (18h). Amanhã, será a vez dos colecionadores João Carlos de Figueiredo Ferraz (16h), Catherine Petitgas (17h) e Luiz Augusto Teixeira de Freitas (18h).
SERVIÇO
SP Arte
Quando: de 10 a 13 de maio de 2012. Quinta e sexta-feira das 14 às 22 horas, sábado e domingo, das 12 às 20 horas. Dia 9, a feira estará aberta apenas para convidados.
Onde: Pavilhão Ciccillo Matarazzo, número 2222, Parque do Ibirapuera, Portão 3
Quanto: Entrada inteira R$ 30,00. Meia entrada (para estudantes, mediante apresentação de carteira, e maiores de 60 anos) R$ 15,00
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