Um estudo publicado nesta semana na revista científica Psychological Science sugere que a nossa memória está ficando cada vez mais frágil devido as possibilidades da fotografia digital. Comandada pela psicóloga e cientista Linda Henkel, da Universidade de Fairfield, a pesquisa foi inspirada pela experiência da própria Hankel, que se questionou sobre o impacto das câmeras digitais na nossa capacidade de memorizar situações e objetos.
“As pessoas muitas vezes usam suas câmeras quase sem pensar para capturar um momento, a tal ponto que estão perdendo o que está acontecendo bem na frente deles”, conclui Henkel em sua pesquisa.
Para o estudo, Henkel reuniu um grupo de alunos da própria universidade para um passeio em um museu de artes. A indicação era que eles tomassem notas de certas obras, seja simplesmente observando ou fotografando. No dia seguinte, os alunos foram questionados sobre os objetos de arte. Aqueles que tinham apenas observado, sem tirar fotos, foram capazes de responder mais perguntas sobre detalhes visuais das peças. Já aqueles que se adiantaram e tiraram fotos, não puderam fazer o mesmo com tanta preciosidade.
Henkel acredita que quando as pessoas confiam na tecnologia para se lembrar mais tarde do assunto fotografado, elas acabam não usufruindo de um evento plenamente, contando que mais tarde elas revisitarão as lembranças fotográficas. No entanto, para ela, isso pode ter um impacto negativo sobre a forma como as pessoas se lembrarão de suas experiências. A psicóloga sugere que o volume e a falta de organização de fotos digitais, tendo em vista que não mais selecionamos criteriosamente situações para caberem em um filme de 36 poses, desencoraja muitas pessoas a não mais acessarem suas memórias e interagir com elas. Ao invés disso, as pessoas tendem a simplesmente acumular lembranças em pixels.
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