Tragédia com helicóptero na Bahia em 1982 matou candidato e comitiva

Cleriston
Clériston Andrade fala para lojistas na cidade de Ilhéus

Acidentes aéreos com candidatos durante campanha política são um fato raro no Brasil. Um episódio em especial, de grandes dimensões trágicas, marcou muito a política baiana em 1982, a seis semanas das eleições para o governo do Estado. Apoiado pelo ex-governador Antonio Carlos Magalhães, o pastor e ex-prefeito de Salvador Clériston Andrade, do PDS, fazia campanha quando o helicóptero em que viajava caiu, no dia 1º de outubro. O acidente aconteceu após a aeronave bater em uma serra no município de Itambé – naquele momento, ele viajava em direção a cidade de Caatiba, onde pretendia inaugurar uma agência bancária.

Além de Clériston, morreram o candidato a vice-governador e deputado federal Rogerio Rego, o presidente do Baneb Luis Calmon, os deputados federais Henrique Brito e Adalto Souza Pereira, o assessor de imprensa Fernando Presidio, o deputado estadual Nomar Alcântara, três candidatos a presidente do Baneb e três tripulantes. Como observa o historiador Vinícius Jacob, durante muito tempo houve especulações acerca desse acidente, de como ele ocorreu e se haveria interesses acerca da morte do candidato. Após a tragédia, conta ele, a Bahia entra em comoção, o velório ganha proporções dramáticas, fazendo o Estado parar para velar as 12 vítimas. Poucos dias depois de morte do candidato, o então governador Antônio Carlos Magalhães escolheu o nome de João Durval Carneiro para sucedê-lo, que saiu vitorioso naquela eleição.

Clériston era pastor da Igreja Batista. Na política, começou como procurador-geral do município de Salvador, durante a gestão do prefeito Antônio Carlos Magalhães (1927-2007). Quando ACM deixou a prefeitura para se candidatar a governador por via indireta, em 1970, Clériston assumiu a prefeitura da cidade. Em 1971, ACM, já como governador, o confirmou como prefeito, cargo que ocupou até 1975. Quase chegou a ser candidato ao governo da Bahia em 1974, apoiado por ACM, mas o presidente Ernesto Geisel vetou a candidatura e indicou o médico e ex-reitor da Universidade Federal da Bahia Roberto Santos. Em 1979, no segundo governo de ACM, foi nomeado presidente do Baneb (Banco do Estado da Bahia) e abandonou o cargo para se candidatar ao governo da Bahia em 1982, pelo PDS.

Notícia do Jornal da Bahia
Notícia do Jornal da Bahia

 


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