Tropas do governo sírio atacaram na madrugada desta sábado, dia 21, o bairro de Shaba, no subúrbio da capital, Damasco. Segundo informações fornecidas por ativistas sírios à agências internacionais de notícias, ao menos uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas durante o ataque. Informações difíceis de confirmar, já que o governo do presidente Bashar Al Assad restringe a atuação da imprensa no país.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização não governamental, o exército sírio contou com o apoio de milícias fiéis ao regime. Os grupos que pedem a renúncia de Bashar Al Assad temem que as forças do regime executem oposicionistas de forma arbitrária, já que Shaba é considerado um dos focos da oposição próximos à capital, onde os combates se intensificaram ao longo da última semana.
Também houve registros de combates na cidade de Al Qusair, na provincia de Homs, um dos principais redutos da oposição.
Com o acirramento dos combates e a possibilidade de o governo sírio entregar armas à organização islâmica xiita e paramilitar Hezbollah para enfrentar o avanço dos oposicionistas, Israel sinalizou com a possibilidade de intervir militarmente no país vizinho.
De acordo com ativistas sírios e com um dos principais grupos opositores, a Irmandade Muçulmana, mais de 200 pessoas morreram apenas durante os combates de ontem (20). Combates que as forças do governo afirmam ter vencido, enquanto os rebeldes sustentam que a autoridade de Bashar Al Asad está em colapso e prestes a desmoronar em muitas áreas.
Ontem (20), o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, revelou ter dado ordens ao Exército de seu país para que se prepare para uma possível intervenção militar na Síria.
“Instruí o Exército para que incremente os preparativos de inteligência e tudo o que for necessário para que, se necessário, possamos considerar levar à cabo uma operação [militar]”, disse Barak ao ser entrevistado pela emissora de tv israelense Channel 10.
“Estamos seguindo a possível transferência de sistemas avançados, especialmente mísseis anti-aéreos, mas também existe a possibilidade da transferência de armas químicas entre a Síria e o Líbano”, acrescentou o ministro, voltando a citar uma das principais preocupações das autoridades israelenses: a possibilidade de Bashar Al Assad entregar ao Hezbollah armamentos que a organização poderia depois utilizar contra Israel.
Agência Brasil
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