Família 1 – Criada em Ribeirão Pires, filha do santista Passoca (Sonora Garoa) e da ourinhense Vânia Bastos (Arrigo Barnabé), Rita Bastos estreia como cantora e compositora. O pai produziu o disco e a mãe participou, mas Rita não foi nem para a música regional, nem para a vanguarda paulista. Ao lado de Pedro Assad, teclados, e Gustavo Boni, baixo, ambos arranjadores, André Bordinhon, guitarra e violão, e Pedro Prado, bateria, Rita optou pelo pop urbano de Chuva e Por Onde. Um Bem e Caminho do Rio receberam arranjos de Swami Jr. e o resultado é simpático. Rita Bastos – Pode Ser (Passoca Records)
Família 2 – Parceiros na vida, pai e filho, Moraes Moreira e Davi Moraes celebraram os 40 anos de Acabou Chorare, obra máxima dos Novos Baianos e da música brasileira, com uma turnê e agora esse disco. O violão que mescla João Gilberto e malandragem junta-se à guitarra e ao bandolim de quem cresceu ouvindo Pepeu. De Batatinha às parcerias da dupla, o disco não traz nenhuma do antigo grupo, mas ele está todo lá. Com as colaborações do baixo de Alberto Continentino, a bateria = de Cezinha e a percussão de Marçal entre outras. De chorar. Moraes Moreira e Davi Moraes – Nossa Parceria (Deck Discos)
Tradição – Seguindo a opção pelo maracatu rural, Siba e seu apuro técnico, as guitarras africanas e seu pontilhado entrelaçado, os metais e a percussão ruidosa, deixam o discurso pelo social nesse segundo trabalho solo. Como o próprio diz: “Ave de rapina ante a arrogância dos senhores”. Gravado em São Paulo, o disco tem as participações de Mestre Nico, Bocato, Kiko Dinucci e Maurício Badé, companheiro dos tempos de Mestre Ambrósio. Como sempre, primoroso.
Siba – De Baile Solto (YB Music)
Novidade – Gaúcha, criada em Paris e Buenos Aires, Dominique
Pinto aprendeu a tocar violoncelo e, menina, excursionou com Jane Birkin, Jeanne Moreau e Camille, fixando-se na França. Em seu novo disco, mudou o nome para Dom La Nena e chamou para a coprodução Marcelo Camelo, que encontrou em Lisboa. Conhecida pelas apresentações solo em que se vale de loopings, La Nena gravou em vários países e foi mixada no Brasil por Victor Rice. Ela avisa de cara, “La Nena soy yo”.
Dom La Nena – Soyo (Slap)
*Além de pai de Tulipa e do multitalentoso Gustavo Ruiz, Luiz almoçou com Chrissie Hynde, jantou com Bo Diddley, tomou Coca-Cola com Caetano e integra o time de colunistas da Brasileiros. A seção Discos está aniversariando. São três anos, centenas de críticas – algumas das quais já lhe renderam inimizades irreversíveis – mas a ideia sempre foi informar. Nepotismos à parte.
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