TV ainda pode mudar a eleição?

Dilma Rousseff abriu 8 pontos de vantagem sobre José Serra no Datafolha, 11 no Ibope e chegou a 16 no Vox Populi contratado pelo iG e TV Bandeirantes, que foi divulgado na noite desta terça-feira. No Vox, um instituto que vem antecipando tendências nesta campanha, Serra apareceu pela primeira vez abaixo dos 30 pontos (deu 45 a 29 para Dilma).

Diante dos números destas últimas pesquisas, quem ficou para trás na corrida eleitoral joga todas as suas esperanças nos programas de rádio e televisão que começaram ontem e continuarão no ar nas próximas seis semanas.

A julgar pelo que vimos na estreia, a resposta para o título deste post é negativa. Ao contrário, pode servir até para aumentar a diferença de um candidato para outro. A quase unanimidade das análises feitas dos primeiros programas na internet e nos jornais é muito crítica ao que foi mostrado pela campanha de Serra. Nem os aliados gostaram.

Em propaganda, um ingrediente fundamental é a novidade, a surpresa, mostrar imagens originais, procurar envolver o telespectador pela emoção e, no caso do marketing eleitoral, principalmente pela esperança.

Neste quesito, os dois programas do candidato tucano pecaram pela repetição de velhos temas e cenários, como se fosse um video-tape de campanhas passadas.

No programa noturno, nem mesmo funcionou a operação casada em torno da saúde. Por alguma estranha coincidência, o Jornal Nacional tinha acabado de levar ao ar uma ampla reportagem sobre as mazelas nesta área que, segundo o Ibope, é a que mais preocupa os brasileiros. O programa de Serra entrou logo em seguida para falar das soluções e lembrou do que ele fez quando foi ministro da Saúde.

Ficou uma peça monotemática, de estilo mais jornalístico do que publicitário, com Serra falando mais como médico do que candidato a presidente, picotado por depoimentos no velho esquema “povo fala”. Parecia uma reportagem das séries sobre saúde apresentadas no “Fantástico” pelo doutor Drauzio Varella.

Os dois primeiros programas de Dilma, à tarde e à noite, contaram a história da sua trajetória pessoal e política, uma viagem cinematográfica em forma de documentário, passando pelos mais diferentes campos da vida brasileira. Depois da candidata, o principal personagem foi o presidente Lula, claro, seu principal cabo eleitoral.

A continuar nesta toada, a campanha da oposição terá que buscar outras alternativas para virar o placar eleitoral. Se depender só da televisão, esquece.

Que resposta dariam os leitores do Balaio à pergunta do título? O que acharam dos primeiros programas?


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