Conheci o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) em 2012 e, por meio dele, comecei o curso de Ciências Contáveis na Anhembi Morumbi. No começo do ano seguinte, pedi suspensão das aulas, por excesso de DPs. Reabri meu cadastro no FIES no começo de 2014, pedindo também transferência para a UNIP do Tatuapé. O procedimento foi tranquilo, e cursei o semestre sem dor de cabeça. O problema começou em outubro do ano passado: o site do FIES não completava a minha solicitação, alegando “erro de sistema”, e me orientava a ir ao banco onde eu tinha cadastrado a conta. Eu ia ao banco, na secretaria da universidade, procurava o atendimento do FIES… No final do ano, aconteceu o que eu temia: a faculdade me cobrou o que o governo não tinha repassado para ela. Achei que resolveria o problema em janeiro deste ano. Só que a situação piorou. O FIES continuou sem me responder e sem pagar a mensalidade para a UNIP, que insistia em repassar esse valor para mim. Não consegui sequer fazer a rematrícula. Encontrei formas de continuar estudando: assim, assisti às aulas por meio de um sistema de autorizações especiais que a universidade dá aos alunos que esquecem a carteirinha de entrada. Quando não conseguia, pedia aos amigos para passarem a carteirinha deles na catraca. Ainda quando nada disso funcionava, pedia ajuda para uma coordenadora do FIES, que trabalha no campus da universidade e me concedia autorizações especiais para entrar nas aulas mais importantes ou fazer as provas. Ela não pode fazer isso, mas foi a forma que achou para me ajudar. No mês passado, entrei com uma petição na Defensoria Pública da União. Dias depois, a universidade me avisou que havia conseguido entrar em contato com o FIES e o caso estava praticamente resolvido, faltando apenas a entrega dos meus documentos. Se pudesse voltar no tempo, não me inscreveria. Falo para os meus irmãos menores que é melhor estudar bastante e tentar uma vaga em uma universidade pública a ficar sofrendo com um programa que só dá trabalho.
Deixe um comentário