Um dia para a luta eterna.

Meus caros, 17 de maio é o dia mundial de combate à homofobia. Uma das datas mais importantes no calendário gay mundo afora, sem dúvida alguma, mas, ainda, uma data de protesto. Ainda estamos sob o êxtase da decisão do Supremo Tribunal Federal, mas nossa realidade nas ruas é terrível. Até a Organização das Nações Unidas já manifestou publicamente sua preocupação com o número de homossexuais assassinados no Brasil, em crimes raramente solucionados. E nunca podemos deixar de denunciar o fato de que homofobia, no Brasil, não é crime. Nossa luta para torná-la como tal, no Congresso Nacional, esbarra na força da poderosa bancada conservadora, que tem na figura truculenta e vociferante do deputado federal Jair Bolsonaro seu mais descarado arauto, mas que sempre contou com o apoio firme de José Sarney, dentre outros. O  Senado foi ouvido no último dia 5, assim como a Confederação dos Bispos do Brasil. Tiveram o direito de falar, e tomaram um belo cala-boca de parte do próprio presidente do Supremo, Cezar Peluso, que reafirmou que o Estado brasileiro é laico, não se mistura com religião.

Pena que, no Congresso Nacional a coisa seja diferente. Bolsonaro  é ex-militar, afirmou que o erro dos torturadores da época da ditadura não foi torturar, mas sim não matar depois, e é membro da Comissão de Direitos Humanos. Já conseguiu bloquear o trâmite do PL 122/06, que criminaliza a homofobia. Lembro que nossa Presidenta Dilma Rousseff foi torturada, e, pela lógica de Bolsonaro, deveria ter sido assassinada. E falar isso não é crime no Brasil. Dá para aceitar? Esse deputado agora vai surfar, com prancha long-board, na onda da homofobia, buscando para si o voto preconceituoso, e nunca mais sairá do Congresso.

Mas gente assim existe no mundo inteiro, não é exclusividade nossa. Recentemente, a França teve no famigerado Jean-Marie Le Pen, abertamente racista, uma grande força política. A bancada republicana norte-americana, exposta por Michel Moore no filme Farenheit 9/11, não é melhor do que eles, só fica mais na moita, aplaudindo guerras em que matam milhares de inocentes. No Chile, até hoje, há quem apóie o falecido ditador Augusto Pinochet, e também devemos lembrar nomes como Sadan Russen, Rosni Mubarak, Le Duc To, e, nunca é demais, o próprio Adolf Hitler.

Lutar contra a homofobia, e os belíssimos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal de poucos dias atrás nos respaldam, é lutar pela cidadania, e pela humanidade! Hoje está sendo realizado, em Brasília, um seminário LGBT, em que se discute de homofobia a casamento gay. Preta Gil, ofendida pelo mencionado deputado por ser negra, já falou lindamente. Marta Suplicy está lá, agindo em conjunto com meu querido Jean Wyllys. Sou um eterno otimista, ganharemos mais essa. Abraço do Cavalcanti.


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