Um senhor trabalhador

o mecânico Antonio. Fotos: Helena Wolfenson
O mecânico Antonio Jacomo Iorillo. Fotos: Helena Wolfenson

Quando Antonio abriu sua oficina mecânica na Vila Madalena (São Paulo), 54 anos atrás, a região não era uma das mais agitadas e descoladas da cidade, como se tornou mais tarde. Na verdade, havia muito mato, poucas casas, uma ou outra vendinha, e o ponto de bonde mais perto estava “a uma caminhada” de distância. Ainda assim, Seu Antonio já tinha bons clientes: “Sempre trabalhamos honestamente. E a nossa clientela é feita no boca a boca, na confiança”. Onde cabiam dois carros, hoje cabem oito, e a mecânica se mantém firme no mesmo local de sempre.

Firme se mantém, também, Seu Antonio, que aos 83 anos abre todos os dias as portas do estabelecimento às 7h30 da manhã, antes mesmo dos funcionários chegarem. Se não coloca mais a “mão na massa”, é ele quem administra quase tudo por ali, e não pretende parar muito cedo. Acostumado a trabalhar desde os dez anos de idade, diz se sentir melhor na oficina do que em casa: “Quando vou almoçar, não vejo a hora de acabar logo e voltar para o trabalho. Um amigo meu disse que isso é ansiedade. Deve ser né?”. Para baixar a ansiedade, além de trabalhar, Seu Antonio também gosta de sentar à noite com a mulher – com quem é casado a 53 anos – ouvir Roberto Carlos ou Nelson Gonçalves e, às vezes, tomar um drinque.   


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