Uma lição de vida: não se precipitar

Hoje de manhã, fiquei tão impressionado com a história enviada pelo meu irmão Ronaldo Kotscho sobre a saga do juiz Odilon de Oliveira, em Ponta Porã, que me precipitei e a publiquei aqui no Balaio sem checar as informações (ver texto anterior). Ainda bem que tenho bons leitores e eles logo me corrigiram.

Agora à tarde, por uma destas boas coincidências da vida, abro o computador e encontro mensagem da minha amiga Cleo Borges nos dando uma bela lição de vida justamente sobre a arte de não ter pressa: “Não faça julgamentos precipitados”.

Ainda bem que não fiz julgamento algum da história do juiz – limitei-me a transcrever o relato que recebi -, que era verdadeira, mas aconteceu tempos atrás, e não agora, mas este episódio me ensinou, mais uma vez, que precisamos conter nossa ansiedade e tomar todos os cuidados necessários para não errar – ou errar menos, se possível.

O lado bom da história é que aos poucos vamos formando aqui no Balaio uma bela rede de colaboradores que nos ajudam a refletir sobre os muitos caminhos desta vida. Abaixo partilho com os leitores a mensagem de Cleo Borges:

“O homem comum fala, o sábio escuta, o tolo discute” (sabedoria oriental).

Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco.
Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
Os amigos disseram ao velho:
– Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado!
E o velho respondeu:
– Calma, não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira.
-O resto é julgamento de vocês.
As pessoas riram do velho.
Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou.
Ele havia fugido para a floresta. E não apenas isso; ele trouxera uma dúzia
de cavalos selvagens consigo.
Novamente as pessoas se reuniram e disseram:
– Velho, você tinha razão.
Não era mesmo uma desgraça, e sim uma benção.
E o velho disse:
– Vocês estão se precipitando de novo.
Quem pode dizer se é uma benção ou não?
Apenas digam que o cavalo está de volta
O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens.
Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as
pernas.
As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar:
– E não é que você tinha razão, velho? Foi uma desgraça seu único filho
perder o uso das duas pernas.
E o velho disse:
Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein?
Não se adiantem tanto.
Digam apenas que meu filho fraturou as pernas.
Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho.
E os que foram para a guerra, morreram
Quem é obcecado por julgar, cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação, o que o levará a conclusões precipitadas.

Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho
termina, outro começa, quando uma porta se fecha, outra se abre
Às vezes enxergamos apenas as desgraças, mas olvidamos as bençãos que a vida incessantemente nos traz


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