Uma mulher dourada

Queridos, a mídia não para de despejar matérias, depoimentos e relatos sobre Liz Taylor, que parece estar tão viva quanto nunca. Ela viveu cercada de gays, gente como Montgomery Clift, Rock Hudson, James Dean, e por aí vai. Lembrem-se de que o Código Hays, lei que impunha moral aos filmes, impedia qualquer divulgação do que não fosse, aos olhos dos conservadores americanos, conteúdo “de bom nível, familiar”. Clift foi dos homens mais lindos de sua geração, contracenou com Frank Sinatra em A Um Passo da Eternidade, e com a própria Liz em Por Um Lugar ao Sol e De Repente, no Último Verão, ambos os filmes pesadíssimos. Era homossexual, mas totalmente desequilibrado. Sofreu um grave acidente de carro, dirigindo completamente bêbado e destruiu seu próprio rosto, acabou sua carreira, mas sempre foi protegido por ela, o que lhe garantiu a sobrevivência. Ela era fidelíssima aos amigos. Também protegeu Hudson, que toda costa oeste americana sabia ser gay, ajudou-o até sua morte e mostrou que faria o mesmo por James Dean, só que esse, com quem contracenou em Assim Caminha a Humanidade, morreu antes da estreia do filme. Ela se sentia segura com os gays, que não se apaixonavam por ela como os demais. Foi a melhor amiga de Michael Jackson, o que dispensa comentários.

Eu mesmo vi dois filmes dela esse final de semana, Gata em Teto de Zinco Quente e O Pecado de Todos Nós, onde seus parceiros de tela são Paul Newman e Marlon Brando. Newman era hétero, casado com Joanne Woodward, casamento dos mais sólidos do mundo. Já o grande Brando, esse transitou pelo sindicato homossexual várias vezes, já relatei a famosa cena na piscina de Laurence Olivier, em que beijou o anfitrião, honraria mais do que merecida. Os biógrafos dos dois, além do de Vivian Leigh, mulher de Olivier, confirmaram. Brando, fortão, soltando testosterona pelos ouvidos, se vivesse nos dias de hoje cairia na balada sem camisa, e arrasaria, é o patrono das Barbies. Nas telas, contracenando com Liz, faz um oficial do Exército americano que luta contra a própria homossexualidade, casado com aquela deusa. Os dois arrasam no filme, cuja fotografia reforça a cor dourada. Brando tem, a seu serviço, um soldado, raso em hierarquia, mas sensual até dizer chega, e o conflito é de lascar. Recomendo todos esses filmes, festival Liz Taylor, festival de bons filmes.


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