Uma paz alcançada

Ano: 2003. Local: Budrus, vilarejo na fronteira entre a Cisjordânia e Israel. Conflito: A construção de um muro, pelos israelenses, derrubaria oliveiras históricas e parte de um cemitério do lado palestino. Personagens envolvidos: Ayed Morrar, líder comunitário de Budrus, sua filha, Iltezam, facções palestinas rivais, a Fatah e o Hamas, soldados israelenses designados para desobstruir o local, e judeus progressistas. Perante essa ficha técnica, vamos chamar assim, a diretora carioca Julia Bacha, de origem palestina e radicada em Nova York, fez o documentário Budrus, que conta o inusitado conflito envolvendo palestinos e israelenses. Inusitado não só pela forma como acabou, mas principalmente por juntar facções rivais de palestinos e israelenses progressistas, além de mobilizar, por uma causa em comum, moradores de Budrus. “Embora esse filme seja sobre uma aldeia palestina, ele conta uma história muito maior sobre o que é possível no Oriente Médio”, revela a diretora. Ao dar voz a esses personagens, a diretora nos mostra que é possível encontrar maneiras pontuais e eficientes que podem ajudar a acabar o conflito sem fim (muito mais eficientes que os encontros entre líderes palestinos e israelenses, acertados pelos governos do mundo, como os Estados Unidos e agora o Brasil, para encontrar uma solução possível). O documentário Budrus mostra que as soluções possíveis não são simplesmente “Utopias de paz”, mas que, de fato, podem existir. Para saber como terminou essa história, assista ao filme que será exibido nesta quinta-feira (15), às 19h, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em São Paulo.
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Trailer de Budrus:

Um conceito, vários usos e pouco entendimento

Quase todo mundo letrado e esclarecido, em qualquer parte do globo, já escutou a palavra “antissemitismo”. O diretor israelense Yoav Shamir, que foi paraquedista no exército israelense, procura compreender o conceito do termo no mundo atual, com o documentário Difamação. Para isso, ele viaja por vários países, entre Estados Unidos, Polônia, Israel, além da Cisjordânia, conversa com as pessoas sobre o que elas entendem por “antissemitismo” e de como essa compreensão é usada pelos israelenses, pelo povo judeu, para mostrar que continuam sendo um povo perseguido. O diretor, de origem judaica, foi acusado de antissemitismo, por causa do filme Checkpoint. “Tive a ideia de fazer um filme sobre antissemitismo quando foi lançado Checkpoint, meu trabalho anterior. Em uma das resenhas (uma das críticas sobre o filme), tacharam-me de “Mel Gibson israelense”, não por causa da minha boa aparência, mas porque meus pontos de vista, críticos das políticas de Israel para os palestinos, indicariam que eu fosse antissemita. O autor dessa análise era judeu”, explica o diretor. O filme fala também do professor Norman Finkelstein (tema de outro documentário presente no festival É Tudo Verdade, Americano Radical: As Provações de Norman Finkelstein, dos diretores Nicolas Rossier e David Ridgen), que é um dos críticos mais argutos da política israelense no Oriente Médio e sobre o que ele chama de “A Indústria do Holocausto”. Filme polêmico que tenta compreender um assunto ainda mais polêmico. Será exibido nesta quinta, às 19h, no Espaço Unibanco de Cinema.

Cidade navegada

O documentário Sobre Rios e Córregos, de Camilo Tavares, fala sobre os problemas da cidade de São Paulo com as enchentes dos últimos anos (mas recupera um pouco da história, já que a cidade tem problemas com enchentes há tempos). É oportuno não só pela atualidade do assunto, mas pela maneira como o aborda, pois escuta diversos especialistas que falam das origens do problema: a cidade assentada sobre rios e córregos (aí a origem do título do documentário). O filme mostra como São Paulo teve um crescimento desordenado, mudanças nos trajetos dos rios e córregos e especulação imobiliária, principais motivos das enchentes. Seria bom se as autoridades responsáveis pelo problema pudessem assistir ao filme para ajudar na busca por soluções. O documentário será exibido às 17h, no Reserva Cultural.

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