“Eles me fizeram rolar em uma lona com excrementos, fezes e aves em decomposição”. O depoimento do estudante Bruno César Ferreira, de 21 anos, que entrou no curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Anhanguera Educacional, em Leme, interior de São Paulo, dá a medida de como o trote violento continua sendo prática comum Brasil afora. Depois de ter sido agredido, Ferreira foi ajudado pela mãe de uma aluna, que telefonou para uma ambulância. Ele deu entrada no hospital como indigente, teve que tomar soro e receber oxigênio, e só deixou o hospital três horas depois. Depois do susto, Ferreira desistiu de cursar a faculdade e já pediu os 800 reais da matrícula de volta.
Esses e outros casos acontecem todos os anos por todo o País. Há dez anos, o calouro Edison Tsung Chi Hsueh morreu afogado na piscina do campus da faculdade de Medicina da USP, durante um trote. Pouca coisa mudou e a lamentável prática, que expõe, humilha, desagrega e envergonha, para falar o mínimo, segue firme nas grandes, médias e pequenas instituições do ensino superior no Brasil. Enquanto não houver punição dos envolvidos, nada mudará.
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