O Núcleo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Katmandu alertou hoje (3) para o risco de aumento do tráfico de crianças no Nepal na sequência do terremoto, assim como para o perigo de agravamento de problemas já existentes, como a subnutrição. A Unicef está preocupada com o movimento ilegal de crianças “no meio do caos” associado a qualquer emergência, pelo que continua a trabalhar com a polícia e as autoridades fronteiriças.
Segundo a chefe da Proteção Infantil da Unicef no Nepal, Virginia Pérez, dados da Organização das Nações Unidas (ONU) relativos a 2001 mostram que 12 mil crianças eram traficadas por ano no Nepal. “Não sabemos até que ponto esses números estão atualizados,”disse, acrescentando que o Nepal e a Índia têm uma fronteira que pode ser atravessada com facilidade e sem documentação.
Explicou que o risco incide, sobretudo, nas crianças que não têm quem cuide delas, que se movem de um lado para o outro, que podem separar-se dos pais e acabar na Índia ou em outro país. A subnutrição, o perigo da falta de alimentos e o atraso no regresso à escola, assim como o perigo das doenças causadas pela falta de saneamento, são também preocupações da Unicef. O trabalho infantil é outra preocupação do órgão, já que agora é necessária muita mão de obra para reconstruir o país.
O terremoto de 25 de abril destruiu vários distritos de Katmandu e outros setores da capital nepalesa. Até o momento, o balanço aponta para aproximadamente 7 mil mortos e 14 mil feridos. Segundo a ONU, 160 mil casas foram destruídas e cerca de 143 mil danificadas, sendo necessários US$ 415 milhões para fazer frente à crise humanitária que atinge aquele país dos Himalaias.
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