O jato em que viajava o candidato à presidência Eduardo Campos (PSB-PE) caiu em Santos na manhã desta quarta-feira (13). Lideranças do partido confirmaram a morte de Campos às 12h43. Assessores, amigos e correligionários esperavam Campos para uma agenda no litoral paulista e não conseguiam fazer contato com candidato.
A Força Aérea Brasileira confirmou a queda da aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que arremeteu quando se preparava para pousar devido ao mau tempo. A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). O avião caiu na altura do número 136 Rua Alexandre Herculano, esquina com Rua Vahia de Abreu, nas imediações do Canal 3. Logo após a queda, a primeira informação era a de que se tratava de um helicóptero. Sete pessoas ficaram feridas e pelo menos três imóveis foram atingidos.
Segundo a assessoria de Julio Delgado, presidente do PSB, Renata de Andrade Lima Campos, esposa de Eduardo Campos, e seus cinco filhos não estavam no voo. Julio Delgado não estava em condições de falar. O candidato era acompanhado por sua equipe: Alexandre da Silva (fotógrafo), Carlos Augusto Leal Filho (Percol) (assessor); Geraldo da Cunha (piloto); Marcos Martins (piloto); Pedro Valadares Neto (assessor) e Marcelo Lira (câmera).
A equipe do candidato está neste momento na prefeitura de Santos se preparando para entrevista coletiva.
Eduardo Campos, 49, participou na noite de ontem da sabatina do Jornal Nacional (Globo). Ele deveria cumprir agenda eleitoral em Santos, onde, às 10h30, concederia entrevista coletiva na Praia do Mercado e faria curta volta de catraia, um centenário meio de transporte na região portuária.
A vice de Eduardo Campos, Marina Silva, não estava no avião, pois passaria o dia gravando em São Paulo.
O PSB tem um prazo de dez dias para providenciar a substituição do candidato Eduardo Campos na campanha eleitoral à presidência da República. De acordo com a legislação vigente, em casos de morte, renúncia ou indeferimento de registro de candidato, o partido deverá providenciar a substituição por decisão da maioria absoluta da direção nacional do PSB. Ainda de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, é dado ao novo candidato o prazo de mais 48h para nomear seu vice, caso o partido não o tenha nomeado no prazo anterior de dez dias.
Biografia
Eduardo Henrique Accioly Campos, natural de Recife, tinha 49 anos e era formado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele estava disputando a sua primeira eleição presidencial, ao lado de Marina Silva, pelo PSB, e era o terceiro colocado nas pesquisas desde que sua candidatura foi confirmada, no início do ano.
Filho de Maximiano Campos, poeta e cronista pernambucano e de Ana Arraes, atualmente ministra do Tribunal de Contas da União, além de ser neto de Miguel Arraes, tradicional político da esquerda brasileira que faleceu há exatamente nove anos, em Recife, quando exercia o cargo de deputado federal.
Eduardo também era casado com a auditora do Tribunal de Contas de Pernambuco, Renata Campos, com quem tem cinco filhos. O último deles, de oito meses de vida, tem Síndrome de Down.
Na política, sua carreira começou em 1990, quando se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), ano em que também foi eleito deputado estadual, seu primeiro cargo público. Nas eleições de 1994, venceu o pleito para uma cadeira da Câmara dos Deputados com 133 mil votos, mas não completou o mandato porque foi chamado pelo seu avô, Miguel Arraes, para ser Secretário da Fazenda do governo pernambucano.
Foi eleito novamente em 1998 e, em 2002, já na base aliada do PT com o governo Lula, foi considerado um dos parlamentares mais atuantes do Congresso pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). Eduardo ainda foi Ministro da Ciência e Tecnologia entre 2004 e 2005 e governador de Pernambuco entre os mandatos de 2006 e 2010 e 2011 até este ano, quando se licenciou para a candidatura ao cargo de presidente do País.
Eduardo Campos foi capa da edição 39 de Brasileiros, em outubro de 2010, quando o então governador de Pernambuco recebeu o repórter especial Ricardo Kotscho no Palácio do Campo das Princesas, em Recife. À época, Campos, com 45 anos, havia acabado de ser o governador mais votado do Brasil, com 82,84% dos votos, e já era o símbolo de uma geração nova que entrava na política brasileira. Você pode ler a reportagem clicando aqui.
Em setembro de 2012, a Brasileiros publicou a reportagem “Lula x Campos: a ‘guerra dos padrinhos’ no Recife”. O texto assinado por Ricardo Kotscho, com fotos de Hélio Campos Mello, trata da sucessão municipal naquele ano e os bastidores da campanha. Leia aqui.
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